O Parlamento Europeu “vai proceder à recuperação das quantias indevidamente pagas” a Marine Le Pen, candidata de extrema-direita às eleições presidenciais francesas, e a três outros políticos, disse um dos seus funcionários à AFP neste domingo (17).

“No total, estamos falando de 617 mil euros pagos indevidamente”, acrescentou.

O legislador europeu esteve por trás do encaminhamento ao escritório antifraude das irregularidades cometidas por Le Pen durante seu mandato como eurodeputada entre 2014 e 2017.

Especificamente, ela é acusada de ter desviado o dinheiro recebido pelos grupos políticos do Parlamento Europeu.

“O Parlamento Europeu encaminhou o assunto para o Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF) depois de descobrir algumas das irregularidades” denunciadas contra Marine Le Pen e três outros ex-deputados, explicou.

“Agora vamos proceder nas próximas semanas para recuperar o dinheiro dos interessados”, explicou o responsável.

O caso foi revelado pelo site de notícias francês Mediapart. A procuradoria de Paris confirmou que recebeu o relatório do OLAF incriminando Le Pen em 11 de março.

O documento, publicado em parte pela Mediapart, refere-se a despesas que os grupos políticos podem usar no âmbito do seu mandato como eurodeputados e que Marine Le Pen e os seus associados teriam usado de forma irregular.

O OLAF acusa Le Pen e os três ex-deputados de terem desviado cerca de 600.000 euros.

Segundo o relatório, a candidata de extrema-direita desviou pessoalmente cerca de 137.000 euros de dinheiro público do Parlamento de Estrasburgo quando era eurodeputada entre 2004 e 2017.