Parlamento Europeu aprova plano para cortar 90% de CO2 até 2040; veja as últimas notícias do evento

Parlamento Europeu aprova plano para cortar 90% de CO2 até 2040; veja as últimas notícias do evento

"EmissõesConfira as últimas notícias sobre a COP30, que acontece na capital paraense de 10 a 21 de novembro.Confira as últimas notícias sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontece na capital paraense de 10 a 21 de novembro. Entre 40 mil e 50 mil pessoas, incluindo chefes de Estado e de governo de quase 200 países, devem participar do evento para discutir medidas para uma maior proteção climática.

A adaptação às mudanças climáticas é um tema central em Belém. À medida que as economias, os ecossistemas e as comunidades começam a sofrer impactos climáticos mais frequentes e severos, há uma necessidade urgente de mitigar essas consequências.

Parlamento Europeu aprova plano para cortar CO2 em 90% até 2040
O Parlamento Europeu aprovou nesta quinta-feira (13/11) o plano da União Europeia (UE) para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 90% até 2040 e terceirizar 5% dessa meta para países fora do bloco, por meio de créditos de carbono, abrindo caminho para que ele seja incorporado à legislação da UE.

O plano fica aquém da meta de pelo menos 90% de redução de emissões sem compensação de carbono, que os consultores científicos da UE haviam afirmado ser suficiente para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC – o nível necessário para evitar ondas de calor e secas muito mais graves.

Um compromisso arduamente negociado, o plano ainda é mais ambicioso do que os compromissos de redução de emissões da maioria das principais economias, incluindo a China.

Os ministros do Clima e Meio Ambiente dos países da UE já haviam apoiado a proposta na semana passada, a tempo de não chegar de mãos vazias à COP30, a cúpula climática da ONU, que começou na segunda-feira.

O Parlamento Europeu aprovou a meta com uma maioria de 379 votos a favor, 248 contra e 10 abstenções. Os parlamentares também rejeitaram uma proposta dos Patriotas pela Europa, um grupo parlamentar de extrema direita, para abolir completamente a meta climática.

md (Reuters, ots)

Emissões de CO2 devem bater novo recorde em 2025
As emissões de dióxido de carbono (CO2) de origem fóssil devem bater um novo recorde em 2025, segundo o relatório Global Carbon Project divulgado nesta quinta-feira (13/11) no âmbito da COP30.

Os pesquisadores constataram que as emissões deste gás que provoca o aquecimento global provenientes de combustíveis fósseis aumentaram 1,1% neste ano em relação a 2024. Assim, o total de emissões de petróleo, gás e carvão deve chegar a 38,1 bilhões de toneladas.

Apesar da expansão do uso de energia renováveis, esse aumento não tem sido suficiente para compensar o crescimento da demanda energética.

Esse relatório, referência mundial para a ação climática, estimou uma cota restante de 170 bilhões de toneladas de CO2 para limitar o aquecimento global a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais. A cada ano o documento é elaborado por uma equipe internacional que inclui mais de 130 cientistas.

"Isso equivale a quatro anos de emissões na taxa atual antes que a cota se esgote, o que é essencialmente impossível", avaliou Pierre Friedlingstein, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que liderou o estudo.

O crescimento de emissões em 2025 afeta, em escala global, todos os combustíveis: carvão (0,8%), petróleo (1%) e gás natural (1,3%), segundo o documento. Em 2024, as emissões fósseis globais também cresceram 1,1% em relação a 2023, o que consolida "uma tendência ascendente" desde a recuperação pós-pandemia em 2021.

cn (DW, EFE)

Palco da COP30, Amazônia já sofre com mudanças climáticas
Para algumas comunidades na Amazônia, o período entre 2023 e 2024 ainda não acabou. A pior seca da história deixou estragos duradouros em várias regiões da maior floresta tropical do mundo.

Para quem interpreta o gigantesco volume de informações que a Amazônia gera, as mudanças são assustadoras. O maior ecossistema do Brasil e importante aliado para conter a emergência climática dá sinais de colapso. "A ciência mostra com muita clareza que todo o sul da Amazônia, do Atlântico até a Bolívia, já está mudando. A ciência está mostrando: essa região está na beira do ponto de não retorno", afirma à DW Carlos Nobre, climatologista e copresidente do Painel Científico para a Amazônia (SPA na sigla em inglês).

Nobre e outros 144 cientistas passaram o último ano revisitando centenas de estudos científicos focados na região. O resultado está no segundo relatório produzido pelo SPA, intitulado Conectividade da Amazônia para um Planeta Vivo, apresentado durante a COP30.

Na maior floresta úmida do mundo, a estação seca já está de quatro a cinco semanas mais longa. A temperatura também já subiu 2°C. Agora, a temporada sem chuvas ficou de 20% a 30% mais seca.

Isso não é resultado apenas do aquecimento global. Na Amazônia, o corte da floresta potencializa os impactos da subida do termômetro. Segundo um dos estudos citados pelo SPA, o desmatamento tem o maior peso (74%) na diminuição das chuvas.

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Organizações levam à COP30 manifesto contra desinformação climática
Cerca de 400 personalidades e organizações científicas, políticas e sociais instaram nesta quarta-feira (12/11) os negociadores da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) a deter "imediatamente" a onda de desinformação sobre o aquecimento global com "medidas robustas".

"Esta janela de oportunidade crucial não deve ser desperdiçada e a manipulação do discurso público por parte da indústria de combustíveis fósseis deve ser interrompida", afirmam em uma carta aberta divulgada durante a conferência, na cidade de Belém.

Os signatários advertem que as notícias falsas criam uma "falsa percepção de divisão e apatia da população", "sabotam a implementação de políticas climáticas eficazes" e "desacreditam as soluções de energias renováveis", atrasando a transição energética.

"Garantir a integridade das informações climáticas é garantir o sucesso da agenda climática”, disse à à agência de notícias EFE Thais Lazzeri, diretora da Fala, entidade que promove mudanças sociais por meio da comunicação, e uma das promotoras da iniciativa.

A carta exige que as delegações dos cerca de 170 países participantes na COP30 tomem uma decisão "ambiciosa, robusta e vinculativa" para garantir a integridade da informação sobre a emergência climática.

Em um contexto em que os eventos extremos são cada vez mais frequentes, a carta denuncia que "interesses econômicos e políticos", principalmente ligados ao setor dos combustíveis fósseis, "continuam a organizar e financiar campanhas de desinformação".

"A desinformação é uma ameaça direta e imediata à saúde pública, aos direitos humanos e à segurança", afirma o texto.

Esta é a primeira vez que o fenômeno da desinformação foi incluído na agenda oficial de temas a serem negociados em uma cúpula climática da ONU.

As 191 organizações e 195 pessoas que assinaram a carta, entre ativistas, cientistas, acadêmicos e escritores, confiam que em Belém serão adotadas medidas "robustas" para proteger a informação. Para isso, os signatários pedem que se atue em todo o ecossistema das notícias falsas, desde as redes sociais até os veículos de comunicação, passando pelo setor publicitário, atores que têm uma "responsabilidade imensa".

Além disso, "os legisladores e os governos devem usar seus poderes para restringir o poder das plataformas que se beneficiam da divulgação de conteúdo manipulado, e o 'greenwashing', a manipulação das plataformas e a monetização da desinformação devem acabar imediatamente".

md (EFE, ots)

Como o Acordo de Paris colocou o lobby dos combustíveis fósseis na defensiva
Na década que se seguiu à assinatura do histórico Acordo de Paris sobre o clima, as grandes empresas de combustíveis fósseis lutaram arduamente para proteger seus negócios, investindo milhões em seus lobbies e apoiando políticos que levantam questionamentos em relação às mudanças climáticas – com algum sucesso.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a retirar o país do Acordo de Paris e reduziu o apoio às energias renováveis em favor do petróleo e do gás. Mudanças semelhantes surgem em outras partes, à medida que partidos céticos e negacionistas do clima ganham força.

Em todo o mundo corporativo, o entusiasmo por políticas empresariais que levem em conta aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) também esfriou em meio a reações políticas e mudanças nas prioridades do mercado. Nas conferências internacionais sobre o clima, a escala da presença do lobby das grandes empresas de petróleo e gás tem sido impressionante.

Mas, para alguns especialistas, a ferocidade dessa determinação em continuar extraindo e usando fontes de energia poluentes não é um sinal do fracasso do Acordo de Paris, mas sim de seu alcance. Quanto mais forte a resistência, mais ela sinaliza que o setor de combustíveis fósseis, dependente da queima de petróleo e gás para manter seu modelo de negócios, se sente ameaçado.

"O Acordo de Paris reduziria drasticamente seus lucros", diz Blanchard. Seus esforços de lobby, acrescenta ele, são "evidência de sua posição defensiva".

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Protesto no segundo dia da COP30 deixa seguranças feridos
Um protesto na área de credenciamento da COP30, em Belém, levou a um tumulto e deixou dois seguranças feridos nesta terça-feira (11/11).

Manifestantes carregando faixas e bandeiras tentaram entrar na Zona Azul da conferência, controlada pelas Nações Unidas, ocupando o saguão principal do local e entrando em confronto com seguranças. Uma barricada foi formada para impedir o avanço do grupo. Segundo relatos, mesas e portas foram quebradas na confusão.

A Zona Azul é onde ocorrem as negociações oficiais da COP e o acesso é restrito a chefes de Estado, observadores e às delegações dos países, e, por isso, tem aparato de segurança mais rígido.

Os ativistas participavam da Marcha Global Saúde e Clima, formada por profissionais da saúde, indígenas e movimentos sociais, mas se separaram do grupo principal.

Após alguns minutos, os seguranças forçaram a saída dos manifestantes. Os participantes credenciados da COP tiveram que deixar o local, que foi isolado.

Em entrevistas à imprensa, manifestantes criticaram a falta de espaço para movimentos sociais nas negociações da COP. Já os organizadores da Marcha afirmaram que a passeata não tem relação com o episódio.

Em nota enviada à imprensa, a Secretaria das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) afirmou que autoridades brasileiras investigam o incidente e que o local está seguro. A agenda de negociações na Zona Azul segue conforme planejado.

gq (OTS)

Etiópia deve sediar a COP em 2027; Turquia e Austrália disputam edição de 2026
A Etiópia, país da África Oriental, será a sede da Conferência do Clima em 2027 (COP32), informaram agências de notícia nesta terça-feira (11/11).

Embora o anúncio oficial só vá ser feito durante a COP30 em Belém, ele deve ser uma mera formalidade, já que a candidatura foi aprovada pelo Grupo África de Negociadores (AGN).

"Saudamos o anúncio da COP32 na Etiópia e estamos ansiosos por elevar as prioridades climáticas e liderança da África", disse Rukiya Khamis, da ONG 350.org, à agência de notícias AFP.

As conferências climáticas da ONU são organizadas em rodízio entre cinco blocos regionais, que devem selecionar o país anfitrião por consenso dentro de seu grupo. Esse processo pode levar a disputas de poder – como a que ocorre agora entre Turquia e Austrália, que querem sediar a COP31, em 2026, como representantes da categoria "países da Europa Ocidental e outros países".

Neste ano, o Brasil foi escolhido para sediar a COP30 em nome da América Latina e do Caribe.

ra (AFP, Reuters)

Países da União Europeia querem adiar lei contra o desmatamento
Os países da União Europeia querem adiar novamente a entrada em vigor de uma controversa lei contra o desmatamento, muito criticada por Estados Unidos, Brasil e Indonésia.

A lei da União Europeia (UE) para cadeias de suprimentos livres de desmatamento proíbe a venda de produtos cultivados em áreas que foram desmatadas depois de dezembro de 2020. As regulamentações afetam carne bovina, couro, cacau, café, óleo de palma, soja, madeira e borracha, incluindo derivados como chocolate e móveis. Elas estavam originalmente programadas para entrar em vigor em 30 de novembro de 2024 e, pouco antes disso, foram adiadas em um ano.

Agora, os países tentam adiar a entrada em vigor da lei por mais um ano, para dezembro de 2026. A Comissão Europeia propôs, no mês passado, alterações para flexibilizar a medida para pequenos agricultores e empresas, mas não adiou o início da política ambiental pioneira no mundo.

Da Eco-92 à COP em Belém: o que mudou e o que segue parecido
Se hoje políticos e representantes da sociedade civil estão em Belém discutindo soluções para a crise climática, muito se deve a uma outra conferência internacional realizada também no Brasil, há 33 anos, no Rio de Janeiro: a Eco-92.

O mundo havia acabado de sair da Guerra Fria, e lentamente se dava conta de que era necessário agir de forma coordenada para controlar o aquecimento global e outros problemas ambientais.

De lá para cá, muita coisa mudou, como a preocupação com a camada de ozônio ou o protagonismo da China, mas algumas seguem parecidas, como os Estados Unidos jogando contra soluções para o clima e a dificuldade de comprometer os países ricos com desembolso de recursos para países mais pobres. Leia mais

Cidade brasileira tenta evitar seu destino infernal
O ritmo do aquecimento global pode condenar Belém do Pará a um futuro com temperaturas extremas. A DW Brasil esteve na capital amazônica para entender como os moradores lidam com os impactos das mudanças climáticas.

Destrinchando o jargão climático
Enquanto a Conferência do Clima em Belém (COP30) busca responder à emergência climática, aparecem cada vez mais termos técnicos e jargões típicos do debate sobre o clima. Leia aqui a explicação de alguns deles.

O que a COP30 tem que entregar para não fracassar
Na sede que vai abrigar as próximas duas semanas de Conferência do Clima da ONU, a partir desta segunda-feira (10/11), as obras ficaram prontas a tempo. O Parque da Cidade de Belém nasceu do zero a um custo estimado de quase R$ 1 bilhão para receber a 30° rodada de negociações diplomáticas.

Dentro dos prédios mais caros construídos como parte dos preparativos paraenses são aguardadas decisões para deixar a vida da humanidade mais adaptada a um planeta que aquece. Elas serão tomadas na zona azul, centro diplomático da COP30 onde as negociações acontecem em salas fechadas e as credenciais são mais concorridas. Leia mais