Especialistas na questão da água participam nesta quinta-feira, 26, em Montevidéu, no Uruguai, de reunião no Parlamento do Mercosul para discutir a proteção dos chamados “rios voadores”, umidade de transposição da Amazônia. Essa umidade, ameaçada em função do desmatamento da mata amazônica, é essencial para alimentar chuvas na maioria dos países do território sul-americano.

O presidente Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, estará no encontro e foi convidado pelo Parlamento do Mercosul a fazer uma exposição sobre a necessidade de proteção dos rios voadores. Ao seu lado, participa também Yara Schaeffer-Novelli, professora da USP e sócia-fundadora do Instituto BiomaBrasil, uma autoridade em preservação ambiental.

Segundo Bocuhy, “o Brasil e demais países do Mercosul têm um dever de casa a fazer: a proteção de seu maior ecossistema hídrico, fenômeno natural conhecido como rios voadores, que cria e leva as chuvas continente adentro, garantindo a vidas das espécies vivas, dos seres humanos, das cidades, da agricultura e das atividades industriais”. Sem a proteção das áreas que alimentam e mantém essa transposição de umidade e chuvas, não haverá sustentabilidade para a América do Sul.

A professora Yara argumenta que a “a água é determinante no equilíbrio ecológico da vida no Planeta. No Brasil, temos a grande região Amazônica, geradora de sua própria chuva e dos assim chamados “rios voadores”, cursos aéreos de vapor d’água atmosféricos, carreando umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste até o contraforte dos Andes, o Sudeste e o Sul do Continente Americano, promovendo a conectividade entre os habitats, estabelecendo verdadeiros corredores ecológicos que asseguram a manutenção da diversidade biológica”.

Ao final do encontro no Parlamento, o Proam vai sugerir a criação de um Grupo de Trabalho, no âmbito do Mercosul, para aprofundar uma proposta de Tratado Internacional do Mercosul para a proteção dos “rios voadores”, ou dos grandes ecossistemas que garantem a transposição da umidade continente adentro.

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