O parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, canal pode onde passa cerca de 20% de todo o petróleo comercializado globalmente.
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A decisão do Irã se dá logo após o bombardeio ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra instalações nucleares
A medida ainda não entrou efetivamente em vigor pois precisa passar pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional. Após isso, o chefe de Estado do país, o aiatolá Khamenei, irá bater o martelo sobre o tema.
A medida deve provocar um aumento imediato nos preços do petróleo, dado que cerca de 15 a 20 milhões de barris por dia deixarão de circular com a medida aprovada pelo parlamento iraniano.
Ou seja, haverá uma pressão nos custos de energia, transporte e inflação em escala global.
Em termos de geopolítica, a medida também deve provocar mudanças no tabuleiro, considerando que países importadores – como China, Índia, Japão e vários países da Europa – serão forçados a buscar rotas alternativas ou realizar novas negociações.
Vale destacar que qualquer rota alternativa seria somente para minimizar os danos, dado que não existem rotas alternativas viáveis em volume compatível com o que passa pelo estreito.
É esperado também um aumento da tensão militar na região, dado que os Estados Unidos e seus alados costumam patrulhar a área para garantir a navegação livre.
Além do petróleo, o local é também um importante corredor para o transporte de gás natural liquefeito (GNL), especialmente proveniente do Catar, um dos maiores exportadores globais do produto.
O que é o Estreito de Ormuz no Irã
O Estreito de Ormuz é uma faixa estreita de mar que liga o Golfo Pérsico ao Mar de Omã e, consequentemente, ao oceano Índico.
O canal está localizado entre o norte do Irã e os Emirados Árabes Unidos e Omã, sendo a principal rota de exportação de petróleo dos países do Golfo (Arábia Saudita, Emirados, Kuwait, Iraque, Catar e Irã).
O local já protagonizou uma série de incidentes envolvendo ataques a navios, apreensões de embarcações e ameaças de bloqueio por parte do Irã. Em 2019, por exemplo, a Guarda Revolucionária iraniana apreendeu petroleiros britânicos e noruegueses, em meio a tensões após os Estados Unidos se retirarem do acordo nuclear com o Irã e imporem novas sanções econômicas ao país.
Desde 2024 a tensão voltou a subir com ameaças de Teerã de fechar a passagem como retaliação a ataques aéreos israelenses na Síria e ao apoio ocidental a Israel durante a guerra em Gaza.
Com a escalada do conflito com Israel, o país avançou nas decisões nesse sentido e agora o Irã está próximo de efetivamente fechar o canal.