CAIRO, 16 ABR (ANSA) – O Parlamento do Egito aprovou nesta terça-feira (16) uma reforma constitucional que permite ao presidente Abdel Fattah al Sisi permanecer no poder até 2030.   

O texto aumenta o mandato presidencial de quatro para seis anos e autoriza Sisi a tentar mais uma reeleição. Líder do golpe militar que derrubou o governo islamista de Mohamed Morsi, em 2013, o ex-chefe das Forças Armadas assumiu o poder formalmente em 2014 e foi reeleito em 2018 com 97,08% dos votos.   

Seu mandato termina em 2022, mas a reforma constitucional amplia o período em dois anos. Como teria direito a mais uma reeleição, Sisi poderia ficar no comando do Egito até 2030. O texto impõe um limite de dois mandatos presidenciais seguidos, mas conta com um artigo especial permitindo uma terceira candidatura do atual chefe de Estado.   

Para virar lei, a mudança ainda precisa passar por um referendo popular, mas a vitória do presidente é dada como certa. A votação deve acontecer até o início de maio, antes do início do Ramadã, o mês sagrado do Islã.   

Sisi é acusado de perseguir adversários políticos e de implantar um novo regime autocrático no Egito, já marcado pelos quase 30 anos de Hosni Mubarak no poder.   

As denúncias ganharam caráter internacional com a morte do pesquisador italiano Giulio Regeni, que frequentava sindicatos independentes e foi torturado e assassinado no país africano em janeiro de 2015. O crime até hoje não foi esclarecido.   

A reforma constitucional também estabelece a figura do vice-presidente, recria o Senado e garante uma cota de 25% para mulheres na Câmara. (ANSA)