Legisladores votaram a favor de que a Noruega, um grande produtor de energia, deixe de emitir dióxido de carbono (CO2) na atmosfera até 2030, duas décadas antes do previsto, como consequência do acordo do clima assinado em dezembro de 2015 durante a COP21, em Paris.

Uma resolução foi aprovada na noite de terça-feira por 54 votos a favor e 47 contra, apesar da oposição do governo conservador.

Para alcançar o objetivo, a Noruega terá que investir na chamada compensação de carbono – projetos de redução líquida de CO2 na atmosfera, através de reflorestamento ou da melhora da eficiência energética em países pobres, por exemplo.

O ministro do Clima e do Meio Ambiente, Vidar Helgesen, afirmou em uma carta ao parlamento que a iniciativa era prematura e cara, dizendo que poderia custar 3,2 bilhões de euros por ano.

A oposição, no entanto, defendeu a iniciativa.

“Seria menos dispendioso e as consequências para a sociedade seriam menores se adiássemos esta medida?!” – perguntou Terje Aasland, do Partido Trabalhista.

Como principal produtor de petróleo da Europa Ocidental, a Noruega é um grande emissor de gases do efeito estufa, mas também é um defensor da luta contra as mudanças climáticas.

Suas emissões de gases do efeito estufa aumentaram 1,5% em 2015 em relação ao ano anterior, principalmente depois que um novo campo de petróleo entrou em operação.

A maioria da sua eletricidade, no entanto, já é gerada com hidrelétricas.

Em 2008, a Noruega definiu que chegaria à emissão zero de CO2 em 2030, mas ressaltou que o prazo era dependente de um acordo internacional sobre o clima.

Após o fracasso da cúpula do clima da ONU em Copenhague, em 2009, o prazo foi adiado para 2050.

Em 2015, o acordo do clima alcançado em Paris reativou o objetivo de zerar as emissões até 2030.

Os legisladores também votaram a favor de uma recomendação para ratificar o acordo de Paris.

Durante a COP21, 177 governos definiram o objetivo de limitar o aquecimento global “bem abaixo” de 2ºC, em comparação com os níveis pré-industriais.

Os cientistas alertam que a Terra está a caminho de um aquecimento muito maior e potencialmente catastrófico, e que alcançar a meta de 2ºC exigirá um esforço sem precedentes.

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