ROMA, 7 JUL (ANSA) – O Parlamento da Itália aumentou a pressão para o governo do primeiro-ministro Mario Draghi conceder cidadania ao pesquisador egípcio Patrick Zaki, estudante da Universidade de Bolonha que está preso em seu país de origem há mais de um ano.   

Após o Senado, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (7), por unanimidade, uma moção que pede para o governo “iniciar tempestivamente as necessárias verificações a fim de conferir a cidadania italiana a Patrick Zaki”.   

Além disso, o texto pede para o Executivo continuar monitorando as audiências do processo contra o pesquisador e suas condições na prisão. Uma moção semelhante já havia sido aprovada pelo Senado italiano em abril passado.   

“Agora que o Parlamento se pronunciou, cabe ao governo fazer a sua parte”, escreveu no Twitter o ex-premiê e líder da centro-esquerda na Itália, Enrico Letta.   

Zaki foi preso em 8 de fevereiro de 2020, após voltar ao Egito para um período de férias, sob a acusação de “propaganda subversiva”. Além da Universidade de Bolonha, uma das mais prestigiosas da Itália, ele é pesquisador da Egyptian Initiative for Personal Rights (EIPR), organização egípcia de defesa dos direitos humanos.   

O estudante é acusado de publicar “notícias falsas” para “perturbar a paz social” e de ter “incitado protestos contra as autoridades públicas”.   

O caso ganhou bastante destaque no país europeu também por remeter à morte de Giulio Regeni, pesquisador italiano sequestrado, torturado e assassinado no Cairo em janeiro de 2016.   

Regeni frequentava sindicatos clandestinos e contrários ao regime do presidente Abdel Fattah al-Sisi, o que levantou a hipótese de crime político. Em janeiro passado, o Ministério Público de Roma denunciou quatro agentes dos serviços secretos do Egito pela morte do pesquisador. (ANSA).