ROMA, 29 JUL (ANSA) – A Câmara dos Deputados da Itália aprovou nesta quarta-feira (29) a resolução da maioria governista que prorroga o estado de emergência no país em função da pandemia do novo coronavírus até 15 de outubro.
O texto passou com um placar de 286 votos a favor e 221 contrários, além de cinco abstenções, e já havia recebido o aval do Senado, com resultado de 157 a 125, na última terça (28).
O primeiro-ministro Giuseppe Conte tinha autonomia para prorrogar o estado de emergência, que está em vigor desde 31 de janeiro e terminaria em 31 de julho, mas preferiu legitimar sua decisão no Parlamento, já que a oposição é contra a medida.
Em audiência na Câmara antes da votação, o premiê afirmou nesta quarta que a extensão do prazo é uma “escolha inevitável e, por certos aspectos, obrigatória”. O estado de emergência serve para agilizar a liberação de recursos para combater crises momentâneas, como a pandemia de coronavírus ou desastres naturais.
Entre outras coisas, o instrumento permite ao governo suspender voos e a entrada de viajantes provenientes de países de risco, instituir lockdown em áreas com novos focos de contágio e alugar navios para a quarentena de migrantes e refugiados que desembarcam na Itália.
“Quero dizer que o governo está fazendo essa avaliação com base em meras instâncias organizacionais e operacionais, e não por causa de uma postura liberticida, para reprimir o dissenso ou reduzir a população a um estado de submissão. São afirmações graves e que não têm nenhuma correspondência na realidade”, declarou Conte, rebatendo críticas da oposição.
Em discurso no Senado na última terça-feira (28), o líder do partido de extrema direita Liga, Matteo Salvini, disse que a emergência “existe só na cabeça do governo”. Ele também expressou sua “preocupação” para o presidente Sergio Mattarella.
Já a deputada Giorgia Meloni, líder da legenda ultranacionalista Irmãos da Itália (FdI), afirmou nesta quarta que o estado de emergência serve para “consolidar o governo e o poder”.
Até o momento, o país contabiliza 246.488 casos e 35.123 óbitos na pandemia. (ANSA).