Parlamento da Armênia aprova lançamento de candidatura à UE

O Parlamento da Armênia aprovou, nesta quarta-feira (26), para lançar a candidatura do país do Cáucaso para ingressar na União Europeia, na tentativa de se distanciar de sua antiga aliada, a Rússia, e se aproximar do Ocidente.

O texto, aprovado na leitura final com 64 votos a favor e 7 contra, pede ao governo armênio que inicie o processo de adesão à UE.

Há quase um ano e meio, esta ex-república soviética faz inúmeros gestos para se distanciar da Rússia, um aliado histórico que lhe vende armas há anos e mantém uma base militar em seu território.

A Armênia critica Moscou por sua falta de apoio contra o Azerbaijão, que tomou Karabakh à força em 2023, uma região azeri de maioria armênia controlada por separatistas por três décadas.

Durante a ofensiva do Azerbaijão, as forças de paz russas não intervieram.

O controle do Azerbaijão sobre todo o Karabakh forçou mais de 100.000 armênios a fugir do território, temendo represálias. Desde então, Yerevan tenta se distanciar de Moscou.

No final de janeiro de 2024, a Armênia ingressou oficialmente no Tribunal Penal Internacional (TPI), apesar das advertências de Moscou. Agora, deverá prender o presidente russo, Vladimir Putin, se ele entrar em território armênio, em conformidade com a ordem de prisão do tribunal contra o presidente emitida em março de 2023.

No entanto, a Rússia mantém uma base militar permanente no território armênio, e Yerevan faz parte da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma aliança militar liderada por Moscou.

Em fevereiro de 2024, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, declarou que a Armênia havia “praticamente” congelado sua participação na aliança.

Armênia e Azerbaijão anunciaram em março que chegaram a um “acordo de paz” para resolver as décadas de conflito. O texto, resultado de longas e complexas negociações, principalmente no que diz respeito aos limites das fronteiras, ainda não foi assinado.

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