LONDRES, 4 SET (ANSA)- A Câmara dos Comuns do Reino Unido confirmou, em nova votação nesta quarta-feira (4), a aprovação de uma lei que proíbe o governo de tirar o país da União Europeia, o chamado Brexit, sem um acordo com Bruxelas. O resultado – 327 votos a favor e 299 contra – representa uma derrota para o primeiro-ministro Boris Johnson, que prometeu que cumpria o Brexit, com ou sem acordo, até o dia 31 de outubro, data prevista para o “divórcio”. O texto, que exige que o premier solicite um adiamento do prazo, caso não consiga chegar a um acordo para o Brexit nas próximas semanas, ainda terá de passar pela Câmara dos Lordes, que, por sua vez, não pode vetar uma lei, apenas ratificá-la ou propor emendas. Isso pode atrasar ainda mais o andamento, porque a Casa Alta do Parlamento já apresentou 86 emendas ao projeto antes mesmo da votação desta quarta-feira.   

Reagindo à lei que impede um Brexit sem acordo com a UE, Johnson anunciou que apresentará uma moção para dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas para 15 de outubro. O premier assumiu o cargo no mês passado, após a renúncia e Theresa May, e disse que completaria a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de outubro, negando-se a pedir um adiamento do prazo a Bruxelas. O problema é que o Parlamento se opõe a um “Brexit hard”, ou seja, sem os termos negociados para a saída com a UE, mas também não quer novas eleições.   

Johnson deverá se reunir em 17 de outubro, em Bruxelas, com líderes da UE para tentar negociar, pela enésima vez desde 2016, os termos e condições para o desligamento do Reino Unido. (ANSA)