Em um estúdio parisiense, cerca de 50 dançarinos “dão tudo de si” e treinam seus movimentos durante a última etapa do processo de seleção para as cerimônias de abertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

“Bom, vamos para a próxima coreografia”, diz em inglês um dos dois coreógrafos da equipe – mantidos em anonimato a pedido dos organizadores – do diretor artístico olímpico, Thomas Jolly, que lidera a seleção de dançarinos.

Os candidatos se apresentam em pequenos grupos diante de um júri de seis ou sete pessoas. Ao ritmo da percussão, os dançarinos, com os pés firmemente plantados no chão e os punhos cerrados como boxeadores, executam movimentos rápidos e precisos e terminam improvisando.

“Centenas de dançarinos” serão selecionados após este fim de semana, o último de uma série de quatro audições iniciada em janeiro, disse à imprensa a diretora adjunta de cerimônias do Comitê Organizador dos Jogos de Paris-2024, Marie-Catherine Ettori.

Aproximadamente 3.500 dançarinos se candidataram à vaga anunciada no mundo da dança e nas redes sociais. Entre eles, mil foram selecionados após a análise de suas candidaturas e depois passaram pela audição, explicou Ettori.

– “Uma grande oportunidade” –

“Queremos todos os tipos de bailarinos, especialmente (de estilo) contemporâneo, mais técnicos, mas também dançarinos de breaking, hip hop”, destacou a outra coreógrafa, cuja identidade também foi preservada.

Os artistas performarão em 26 de julho, durante quatro horas, em uma dezena de palcos ao longo de 7 quilômetros às margens do Sena. “Por isso precisamos de perfis artísticos muito diferentes”, destacou a coreógrafa.

O mesmo é aplicado para a abertura dos Jogos Paralímpicos, em 28 de agosto, que também será marcada por uma apresentação ao ar livre, neste caso na Praça da Concórdia, com “performances nunca vistas”, prometeu Jolly.

Outro critério de seleção dos dançarinos foi a disponibilidade até o início dos Jogos, já que os ensaios serão realizados em grandes hangares e em uma base náutica.

Musa Jebbo, um dançarino de 27 anos de “freestyle, krump, contemporâneo, hiphop”, afirma que sentiu as exigências dos coreógrafos como um “desafio”. Se for escolhido, o desafio representará “uma grande oportunidade, não é todo dia que Paris recebe os Jogos Olímpicos”.

“Tivemos que aprender coreografias muito diferentes muito rapidamente”, observa Emmanuelle Grach, uma dançarina independente de 36 anos.

Para ela, não é fácil “seguir o que nos é pedido sem deixar de mostrar quem você é”. Ainda assim, ela aponta que há um bom ambiente nas audições, apesar de “todos [estarem] de olho na vaga, com certeza!”.

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