O uso de máscara se tornou obrigatório a partir desta segunda-feira (10) em áreas muito movimentadas de Paris, uma medida já adotada em várias cidades europeias para tentar frear um novo surto do coronavírus em plena onda de calor, enquanto do outro lado do Atlântico os Estados Unidos superaram a marca de cinco milhões de casos.

O cais do Sena, o bairro turístico de Montmartre e as ruas comerciais como a ‘rue Mouffetard’, atrás do Panteão, no Quartier Latin de Paris, são alguns dos lugares onde não se pode mais caminhar com o rosto descoberto.

Prevista para durar um mês a princípio, a medida pretende evitar uma segunda onda de coronavírus, algo que poderia ter efeitos devastadores para a economia da França.

O cumprimento da medida ainda precisa ser verificado, levando em consideração as cenas observadas no fim de semana em vários países europeus, afetados por temperaturas que superaram 35°C, e onde muitas pessoas ignoraram as medidas de saúde recomendadas.

Antes de Paris, outras cidades francesas adotaram nos últimos dias a mesma regra, como Nice e Marselha (sul) e Lille (norte). Em outros países da Europa, a Espanha já aplica a medida em quase todo seu território, com exceção das Ilhas Canárias, assim como a Bélgica e a Romênia.

Os novos focos da doença em diferentes regiões do Velho Continente acontecem em plena férias de verão, ante a relutância de parte dos europeus, especialmente os mais jovens, às medidas de distanciamento físico e em detrimento de uma economia abalada, que em vários países afetados pela doença é muito dependente do turismo.

Nesta segunda-feira também está programada a volta às aulas presenciais em Berlim.

Na Ásia, os restaurantes, cinemas e transportes públicos devem retomar as atividades no Paquistão.

– Outro recorde nos Estados Unidos –

Enquanto a Europa tenta conter a segunda onda, os Estados Unidos superaram no domingo a marca de cinco milhões de casos de coronavírus e permanecem como o país mais afetado pela pandemia – o Brasil é o segundo, com mais de 100.000 mortes.

A COVID-19 matou mais de 162.000 pessoas no território dos Estados Unidos, onde a curva de contágio está em alta desde o fim de junho. O número de novos casos chegou a 70.000 por dia em meados de julho.

Para ajudar milhões de pessoas afetadas pelo desemprego ou em risco de despejo de suas casas por não terem condições de pagar o aluguel, o presidente Donald Trump decretou novos subsídios e medidas de apoio aos que enfrentam as dificuldades econômicas provocadas pela pandemia.

Apesar do balanço elevado, milhares de pessoas subiram em suas motos no Meio Oeste para participar na maior concentração de motociclistas do mundo. “Sobrevivi ao coronavírus”, afirmavam as frases em várias camisas.

O segundo país mais afetado do mundo é o Brasil, que tem mais de três milhões de contaminados entre os 212 milhões de habitantes. No domingo, o número de vítimas fatais alcançou 101.049.

Nos últimos sete dias, quase 50% das mortes aconteceram na América Latina.

O Peru anunciou no domingo 228 mortes em 24 horas, um recorde. O país registra mais de 478.000 contágios e 21.072 vítimas fatais.

Para a América Latina os efeitos econômicos são devastadores. No Equador, 700.000 pessoas perderam o emprego desde o início da epidemia.

Desde o surgimento do novo coronavírus na China em dezembro, o planeta registra quase 728.000 mortes e mais de 19,7 milhões de casos de contágio, de acordo com o balanço da AFP, baseado nos números oficiais de cada país.

– Liga dos Campeões em risco? –

Com mais de 213.000 mortos, a Europa é o segundo continente mais afetado pela pandemia, atrás da América Latina e Caribe, que registra mais de 218.000 óbitos.

Além das consequências para a saúde, a pandemia provoca danos graves à economia mundial, aprofunda as desigualdades sociais e afeta os calendários culturais e esportivos.

Interrompida pela pandemia, a Liga dos Campeões será definida em um formato inédito organizado em Lisboa a partir de quarta-feira, mas o anúncio de dois casos positivos de coronavírus no Atlético Madrid, um dos oito clubes classificados para as quartas de final, provocou dúvidas.

No Brasil, o Goiás foi comunicado no domingo que 10 dos 23 jogadores relacionados para a partida da primeira rodada do Brasileirão contra o São Paulo apresentaram resultado positivo para COVID-19, o que provocou o cancelamento do jogo.