Paris vai expor a maior coleção de Alberto Giacometti, parte dela inédita ao público, graças a um espaço permanente que será aberto em junho no mesmo bairro onde o artista suíço tinha seu ateliê.

Com a posse de quase 350 esculturas, 90 pinturas e mais de 2.000 desenhos, a Fundação Giacometti decidiu exibir este legado que o artista, célebre por suas esculturas filiformes, deixou à sua esposa, Annette, ao morrer em 1966.

O Instituto Giacometti, que será inaugurado em 21 de junho, ocupará um espaço de 350 m², cuja principal obra será a reconstituição dos 24 m² que ocupavam seu pequeno e abarrotado ateliê no bairro de Montparnasse (sul de Paris), e onde o artista recebia seus amigos, como Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Jean Genet.

Cerca de 40 obras foram restauradas até o momento para serem expostas neste espaço de dois andares, cuja compra foi financiada a partir da venda de um quadro de Joan Miró que o artista catalão deu a Giacometti logo após pintá-lo.

“Era uma composição dos anos 1950, nunca mostrada ao público”, disse nesta segunda-feira (19) a diretora da Fundação Giacometti, Catherine Grenier, ao apresentar o futuro Instituto.

O custo total do projeto – que não conta com nenhum subsídio público – foi de 4,5 milhões de euros (5,5 milhões de dólares), segundo Grenier.

A diretora explicou que a Fundação não tinha os recursos necessários para abrir um museu, mas defendeu que o espaço permitirá estabelecer um contato íntimo com o processo de criação de Giacometti.

O local abrigará exposições temporárias e será um centro pedagógico e de pesquisa, onde vai ser possível consultar a biblioteca pessoal do artista e seus desenhos.

Com capacidade para 40 pessoas, o espaço só poderá ser visitado com reserva prévia.