Derivada das lutas de espada, que acontecem há milhares de anos, a esgrima é um dos esportes mais prestigiados e antigos do circuito Olímpico. Considerado um esporte de classe e elegância, a esgrima chega para a Olimpíada de Paris-2024 para a sua 30ª aparição em Jogos Olímpicos.
Desenvolvida na Europa, mas difundida no mundo inteiro, a esgrima é cada vez mais praticada. Atualmente são 157 federações nacionais compondo a Federação Internacional do esporte.
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Dessa forma, conheça melhor a história do esporte em Olimpíadas, a participação do Brasil na competição e o que podemos esperar para Paris-2024.
Esgrima em Olimpíada
A esgrima está presente em Jogos Olímpicos modernos desde sua primeira edição, em Atenas-1896. Naquela edição, três eventos fizeram parte do torneio: o Florete individual e Sabre individual masculino e o Florete masters masculino. O primeiro evento feminino aconteceu apenas na Olimpíada de Paris-1924.
Dessa maneira, já foram 29 Olimpíadas em que a esgrima esteve presente no quadro de esportes. Apenas o evento do Sabre Individual masculino esteve presente em todas as edições. O Florete individual ficou fora apenas da Olimpíada de Londres-1908.
A esgrima em Olimpíada é composta, atualmente, por três categorias, que são classificadas de acordo com o tipo de “arma” utilizada na luta: florete, sabre e espada.
Nos Jogos de Tóquio-2020, por exemplo, 12 eventos de combate fizeram parte da programação, o maior número de todas as Olimpíadas. Foram 4 eventos do sabre, espada e florete, individual masculino e feminino e por equipes masculino e feminino.
Com mais de 100 anos de história dentro dos Jogos Olímpicos, a esgrima é um dos esportes que mais acumula medalhas. No total já foram distribuídas 667 medalhas, sendo 223 de ouro, 223 de prata e 221 de bronze.
Por ser um esporte desenvolvido na Europa, o continente é dominante até os dias atuais. A Itália é o país mais vencedor com 130 medalhas (49 ouros, 46 pratas e 35 bronzes). A França, país sede da próxima Olimpíada, é o segundo com 123 medalhas (44 ouros, 43 pratas e 36 bronzes). A Hungria fecha o pódio com 90 medalhas (38 ouros, 24 pratas e 28 bronzes).
Com tanta história e tantas medalhas sendo distribuídas, a esgrima já consagrou uma série de atletas que ficaram marcados como grandes vencedores Olímpicos. Conheça alguns dos maiores vencedores:
- Edoardo Mangiarotti (ITA) – 6 ouros, 5 pratas e 2 bronzes
- Aladár Geverich (HUN) – 7 ouros, 1 prata e 2 bronzes
- Pál Kovács (HUN) – 6 ouros e 1 bronze
- Valentina Vezzali (ITA) – 6 ouros, 1 prata e 2 bronzes
Esgrima na Olimpíada de Paris 2024
Os Jogos Olímpicos de Paris-2024 estão se aproximando, e a expectativa em relação à esgrima é sempre muito alta quando se fala em Olimpíada. Nesse ano, ainda marca a centésima participação das mulheres no esporte na competição, justamente no mesmo palco onde a esgrima feminina fez sua estreia.
Em Paris, 212 esgrimistas estarão presentes nas disputas, sendo 106 homens e 106 mulheres. Assim como nos Jogos de Tóquio-2021, serão 12 eventos, sendo quatro no sabre, quatro no florete e quatro na espada, todos contendo disputas individuais e por time, em ambos os gêneros.
O Comitê Olímpico Nacional poderá levar no máximo 18 atletas, nove por gênero, além de uma equipe composta por três esgrimistas.
As vagas são distribuídas de duas maneiras: para os CONs por equipes e para os atletas na disputa individual. Além disso, o país sede recebe 6 vagas e mais duas vagas são por universalidade. Confira:
- 60 vagas individuais : sabre masculino, florete masculino, espada masculina, sabre feminino, florete feminino e espada feminina para atletas de CONs que não se classificaram pela classificação por equipes
- 144 vagas por equipes: Equipes de sabre feminino, florete feminino, espada feminina, sabre masculino, florete masculino e espada masculina
- Seis vagas: país anfitrião
- Duas vagas: universalidade
A disputa, em todos os tipos de evento da esgrima, funciona da mesma maneira: fase preliminar, quartas de final, semifinal e final. Os esgrimistas ou as equipes que vencerem seus combates, avançam à próxima fase.
No total, 12 medalhas estarão em disputa. As provas serão realizadas entre os dias 27 de julho a 4 de agosto de 2024, no Grand Palais.
Esgrima do Brasil em Jogos Olímpicos
A história do Brasil na esgrima começa ainda no século XIX, devido ao interesse de Dom Pedro II na modalidade. Entretanto, apenas em 1972 a Confederação Brasileira de Esgrima foi desenvolvida, a partir da união entre a Federação Paulista de Esgrima e a Federação Carioca de Esgrima.
Em Olimpíadas, a primeira participação do Brasil foi nos Jogos de Berlim-1936, com a esgrimista Hilda von Puttkammer. Desde então, o Brasil esteve presente nas Olimpíadas de Londres-1948, Helsinque-1952, Cidade do México-1968, Montreal-1976, Seul-1988, Barcelona-1992, Sydney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016, Tóquio-2020 e estará presente em Paris-2024, totalizando 14 participações.
Apesar de ser presença constante em Jogos, principalmente desde Seul-1988, o Brasil nunca conseguiu conquistar uma medalha olímpica nessa modalidade.
Para mudar o cenário em Paris-2024, o país já tem 3 atletas classificados: Guilherme Toldo (florete), Mariana Pistoia (florete) e Nathalie Moellhausen (espada).
Apesar do retrospecto olímpico não ser tão positivo, o Brasil vem ampliando os resultados no circuito. Nathalie, por exemplo, foi campeã mundial em 2019 e segue como a 5ª melhor colocada no ranking de espada e pode ser uma surpresa em Paris.