"BrigitteOito pessoas foram presas por agressões contra sobrinho-neto da primeira-dama francesa, atacado em frente à sua loja durante um panelaço contra reforma da previdência. Presidente classificou ataque como "inaceitável".A primeira-dama da França, Brigitte Macron, denunciou nesta terça-feira (16/05) um ataque contra um sobrinho-neto, que foi espancado ontem do lado de fora da loja de chocolates de sua família em uma agressão violenta, aparentemente com motivação política.

Jean-Baptiste Trogneux voltava para seu apartamento na noite de segunda-feira, acima da famosa loja de chocolates Trogneux, que ele administra em Amiens, no norte da França, quando foi atacado por manifestantes antigoverno.

O homem de 30 anos teve ferimentos na cabeça, nos braços e nas pernas e foi levado a um hospital. Antes de fugirem, os agressores também insultaram "o presidente, sua esposa e nossa família" , disse o pai da vítima, Jean-Alexandre Trogneux.

"Eles passaram dos limites. Estou pasmo", acrescentou Trogneux, relatando que o filho "se agachou e esperou que acabasse".

Brigitte Macron emitiu uma rara declaração condenando a "covardia, estupidez e violência" do ataque. "Sou totalmente solidária com minha família e estou em contato constante desde as 23h de ontem [segunda-feira]", disse a primeira-dama francesa. "Já denunciei várias vezes esse tipo de violência que só pode levar ao pior."

A polícia prendeu oito pessoas após o ataque, que ocorreu logo depois de o presidente, Emmanuel Macron, aparecer no principal programa de notícias da televisão francesa na noite de segunda-feira.

Nesta terça, ao chegar à Islândia para a uma cúpula do Conselho da Europa, Macron classificou o ataque como "inaceitável" e "indescritível".

"Ele foi agredido porque é nosso sobrinho-neto", disse. "Considero esses atos absolutamente inaceitáveis e, como presidente da França, são indescritíveis", afirmou, acrescentando que espera justiça.

Família administra loja de chocolates

A família de Brigitte Macron administra há seis gerações a loja de chocolates Jean Trogneux no centro de sua cidade natal, Amiens. O estabelecimento é especializado em um doce local à base de amêndoas, conhecido como Amiens Macaron.

A empresa da família Trogneux, que se expandiu pelo norte da França, tem sido repetidamente alvo de pessoas antigoverno ao longo dos seis anos em que Macron está no poder, em meio a rumores – repetidamente negados – de que o presidente francês teria interesses financeiros no empreendimento.

"A loja não está envolvida em política", disse Jean-Alexandre Trogneux ao jornal Courrier Picard nesta terça-feira. "Emmanuel Macron não tem nada a ver com o nosso negócio. Não entendo toda essa gente que continua nos importunando. Alguns até pedem boicote às nossas lojas e produtos. Estão confundindo tudo", acrescentou.

Protestos contra reforma da previdência

A França enfrentou recentemente os maiores protestos em anos de manifestantes conta a reforma do sistema previdenciário, que inclui o aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.

Os repetidos confrontos durante os protestos, bem como os ataques aos escritórios de figuras eleitas, provocaram debates sobre se o país está se tornando mais intolerante e propenso à violência.

Durante protestos de abril, pessoas incendiaram o restaurante La Rotonde, um dos favoritos de Macron em Paris. As chamas foram contidas rapidamente pelos bombeiros.

Na semana passada, o prefeito de um vilarejo no oeste da França anunciou sua renúncia após um suposto incêndio criminoso em sua casa. Yannick Morez, de Saint Brevin, foi repetidamente alvo de extremistas de direita em razão de seu apoio a um centro local de refugiados.

Em 2020, Brigitte e Emmanuel Macron foram cercados e agredidos verbalmente pelos chamados manifestantes dos "coletes amarelos" enquanto caminhavam nos jardins das Tulherias perto do palácio presidencial.

Estatísticas do Ministério do Interior francês mostram que os atos de violência física ou verbal contra legisladores aumentaram 32% em 2022 em relação ao ano anterior, quando o país realizou eleições parlamentares e presidenciais.

le (AFP, DPA)