(Reuters) – Jogadores e técnicos não devem ser repetidamente solicitados a defender trabalhadores imigrantes e questões de direitos humanos no Catar, já que nada foi feito quando o país recebeu o direito de sediar a Copa do Mundo há 12 anos, disse o técnico do Liverpool, Juergen Klopp, nesta sexta-feira.

O Catar está sob intensa pressão nos últimos anos por seu tratamento de trabalhadores estrangeiros e por conta de leis sociais restritivas, levando muitas seleções participantes do Mundial a levantarem suas preocupações, embora o país tenha negado as alegações de que trabalhadores foram explorados.

No entanto, com o início do torneio em menos de três semanas, Klopp disse que era hora de deixar os jogadores e treinadores se concentrarem em seus trabalhos, em vez de serem porta-estandartes de protestos.

“Não gosto do fato de que agora os jogadores de vez em quando se encontram em uma situação em que precisam enviar uma mensagem”, disse o técnico alemão a repórteres.

“(Estamos) agora dizendo aos jogadores: ‘você tem que usar esta braçadeira ou, se você não fizer isso, não estará do lado deles. E se você fizer isso, estará do lado deles’. Não, não, não, são atletas”, afirmou.

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“É um torneio que temos que organizar e os jogadores vão lá, jogam e fazem o melhor por seus países. Eles não têm nada a ver com as circunstâncias. Não está tudo bem para os jogadores”.

O Catar é o primeiro país do Oriente Médio a sediar a Copa do Mundo, mas questões foram levantadas quando o pequeno país do Golfo Árabe, que nunca havia se classificado para o torneio antes, recebeu os direitos de sediar em 2010 em um controverso processo de concorrência.

“Todos nós deixamos acontecer… está lá e está tudo bem. Porque 12 anos atrás, ninguém fez nada. Não podemos mudar isso agora”, acrescentou Klopp, que disse que não irá à Copa do Mundo.

“Como isso aconteceu não foi certo em primeiro lugar. Mas agora está lá. Agora deixe-os jogar os jogos — os jogadores e os técnicos. Não coloquem Gareth Southgate constantemente em uma situação em que ele tem que falar sobre tudo. Eu não sou um político, ele não é um político. Ele é o técnico da Inglaterra, deixe-o fazer isso”, disse.

A Copa do Mundo começa em 20 de novembro e termina em 18 de dezembro.

(Reportagem de Rohith Nair, em Bengaluru)

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