O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) protocolou nesta sexta-feira, 27, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado o parecer sobre a indicação de Ilan Goldfajn à presidência do Banco Central (BC). No texto, o parlamentar afirma que Ilan cumpre todos os requisitos para que a sua indicação seja apreciada pelo colegiado.

Diferentemente de pareceres de projetos legislativos, nos quais o relator emite opinião e indica se deve haver aprovação ou não da proposta, o relatório da indicação para o cargo no BC não apresenta esse posicionamento. O texto apenas atesta as condições para que a análise do nome seja feita pelos parlamentares. A confirmação da indicação só virá após sabatina e votação dos membros, além de aprovação no plenário.

No relatório, Lira apresenta um resumo do currículo acadêmico e profissional de Ilan. “As funções e as atividades desempenhadas revelam o nível de qualificação profissional e a formação técnica e acadêmica do indicado, ficando, assim, esta Comissão de Assuntos Econômicos em condições de deliberar sobre a indicação”, diz o texto.

Na CAE, a leitura do relatório deve ser feita na próxima terça-feira (31). A sabatina de Ilan Goldfajn está prevista para o dia seguinte. Se tudo correr como planejado e o nome for aprovado pela comissão e pelo plenário da Casa, Ilan deve assumir o cargo a tempo de participar da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Do encontro, nos dias 7 e 8 de junho, sairá a definição sobre a taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano.

Declaração

Em declaração enviada à CAE na semana passada, Ilan afirmou ter experiência profissional, formação técnica adequada e afinidade intelectual e moral para exercer o cargo de presidente do BC. Ele citou sua formação na UFRJ, mestrado na PUC-RJ e doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), além de passagens profissionais pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo setor privado. Ele menciona ter atuado em “instituições relevantes do sistema financeiro”, sem citar diretamente o Itaú Unibanco, onde era economista-chefe até ser indicado ao cargo na autoridade monetária.

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A menção ao Itaú aparece no currículo também enviado por Ilan à CAE. Entre os documentos, ele assina outra declaração em que afirma ter atuado, nos últimos cinco anos, “em instituição que está sujeita a fiscalização” do BC.

Ilan ainda lembrou que já teve seu nome aprovado pelo Senado quando foi diretor de Política Econômica do BC, entre 2000 e 2003. “Entendo que essa experiência relatada capacita-me para o desempenho do cargo de presidente do Banco Central do Brasil”, afirmou.


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