Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – O Paraná deve elevar a área de plantio de soja e milho na safra de verão 2021/22 em 1% e 13%, respectivamente, estimou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), em sua primeira projeção para a temporada que se inicia em setembro, com o cereal ganhando mais espaço em meio a preços e demanda atrativos.

Segundo a previsão, a área de soja pode alcançar 5,62 milhões de hectares, enquanto a de milho está estimada em 422 mil hectares.

Com o avanço da área e melhoria na produtividade, o órgão ligado ao governo estadual projetou a produção da oleaginosa em 20,95 milhões de toneladas, aumento de 6% em relação à temporada anterior.

No milho, a expectativa é de um salto de 32% no volume que será produzido, para 4,1 milhões de toneladas.

O economista do Deral Marcelo Garrido disse que a tendência é de que ocorra o fenômeno climático La Niña, com tempo mais seco na região Sul e chuvas irregulares, mas, caso o evento se confirme, a expectativa é que as condições de estiagem não venham tão rigorosas quanto na segunda safra de 2020/21 –que deixaram fortes perdas no milho.

Ele afirmou também que a área de soja tem uma fronteira agrícola bem definida, por isso não há grande avanço na projeção para o plantio. Além disso, o cereal se tornou mais atrativo para alguns agricultores no ciclo do verão, em detrimento da oleaginosa.

“A cultura da soja esse ano está tendo leve aumento, como teve no ano passado, e esse ano já teve uma concorrência maior com o milho”, disse Garrido.

“Como o milho está em um preço muito alto, devido à quebra que teve, devido à alta demanda, uma parte dos produtores resolveu plantar um pouquinho a mais de milho nessa primeira safra”, acrescentou ele –lembrando, porém, que apesar do avanço pequeno, 1% a mais de soja representa 30 mil hectares a mais para o Estado.

Sobre o cereal de verão, o consultor do Deral Edmar Gervásio destacou que os trabalhos de plantio já tiveram início pontualmente, não atingindo 1% da área total esperada. Segundo ele, o plantio historicamente acontece nos meses de setembro e outubro.

SAFRINHA

Gervásio ainda disse que, após impactos da estiagem, geadas e pragas, a segunda safra de milho 2020/21 teve um novo corte de projeção. A produção estimada no relatório deste mês é de 5,9 milhões de toneladas, redução de 186 mil quando comparada à estimativa divulgada em julho.

“Para esta safra a expectativa inicial de produção era de 14,6 milhões de toneladas. Neste momento a perda estimada é de 8,7 milhões de toneladas, em termos percentuais o número é de 59,6%.”

No comparativo anual, a nova projeção para o milho safrinha indica queda de 51%.

Para o trigo, a expectativa ficou em 3,72 milhões de toneladas, alta de 17% ante o ciclo anterior.

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