Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) -O Paraná, um dos principais produtores de soja do Brasil, espera colher 20,8 milhões de toneladas do grão na safra 2021/22, que está sendo plantada, estimou nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), com um leve recuo ante a projeção anterior de 20,96 milhões.

Ainda assim, o órgão ligado ao governo do Estado vê alta de 5% no volume em relação à temporada passada. A expectativa para a área foi mantida em 5,62 milhões de hectares, alta de 1% no ano a ano.

Apesar do recuo na projeção de produção, o analista do Deral Edmar Gervásio disse que se trata apenas de um ajuste tradicional para esta época de início de safra.

“A reavaliação de produtividade está dentro da normalidade, ainda é muito cedo para cravar qualquer mudança significativa, pois nem o plantio ainda se concluiu”, afirmou.

Ele acrescentou que, em geral, o clima tem sido muito bom para os cultivos, com chuvas regulares que propiciam principalmente o avanço dos trabalhos da soja.

No início desta semana, o Deral informou que a semeadura de soja 2021/22 havia alcançado 60% da área projetada para o Estado, um salto de 22 pontos ante a semana anterior, e com um clima mais chuvoso, 96% das lavouras eram consideradas “boas”.

Para o milho, a área de verão 2021/22 foi revisada para cima, de 420,1 mil hectares para 423,7 mil. A nova estimativa representa avanço de 14% sobre o ciclo anterior.

Com isso, a produção do cereal deve aumentar 33%, para 4,14 milhões de toneladas, em momento de preços atrativos e escassez de oferta devido à quebra na “safrinha” de 2020/21.

Nesta quinta-feira, o departamento atualizou a projeção para o milho segunda safra 2020/21 para 5,79 milhões de toneladas, um avanço ante os 5,5 milhões apontados em setembro, mas expressiva queda de 52% no comparativo anual, por problemas climáticos.

TRIGO

Para o trigo, o Deral cortou sua estimativa mensal para a safra 2021, de 3,5 milhões de toneladas para 3,24 milhões, mostraram os dados. Ainda assim, se confirmado, o volume estará 2% maior que o do ciclo anterior.

O analista do departamento Carlos Hugo Godinho disse que a redução foi acima do esperado, com base em uma reavaliação dos efeitos da seca, já que agora estão sendo colhidas lavouras atingidas pela estiagem de meses anteriores, mas que havia uma expectativa de melhor resposta –algo que não se confirmou.

“Então agora temos quebra de 19% em relação ao nosso potencial e uma safra parecida com a do ano passado”, afirmou o especialista.

Segundo ele, os dados de qualidade “não são dos melhores”, embora a indústria diga que o cereal ainda atende aos critérios de panificação, “mas piorou a qualidade também em função das chuvas”.

(Por Nayara Figueiredo; edição de Marta Nogueira)

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