23/05/2022 - 18:00
Apesar de seu nome, o vírus da paralisia infantil (ou poliomielite) pode afetar não somente crianças, mas pessoas de todas as idades. E para combatê-lo, a vacina segue sendo imprescindível.
+ Um caso por milhão: risco de síndrome inflamatória em crianças vacinadas é raro, diz estudo
+ Hepatite aguda infantil: o que é e como identificar os sinais
Com informações do “Estadão”, entenda como a paralisia infantil acontece e a importância de sua imunização em qualquer idade.
Transmissão da paralisia infantil
Ao jornal, a médica da assessoria clínica de Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Célia Menezes Cruz Marques, explica que a paralisia infantil é causada pelo poliovírus e transmitida pelo contato direto entre uma pessoa infectada e uma pessoa saudável.
Dessa forma, Célia relata que a transmissão pode ocorrer pela via fecal-oral — por meio de objetos, alimentos e água contaminados com fezes de pessoas portadoras do vírus — ou oral-oral, por meio de gotículas de secreções ao falar, tossir ou espirrar.
Nesse sentido, tal forma de contaminação acende um alerta para como a falta de saneamento básico e as más condições habitacionais podem ser nocivas à saúde, bem como a falta de higiene pessoal.
Sintomas, consequências e vacina
De acordo com o “Estadão”, a doença é assintomática em até 95% dos casos. Pessoas que apresentam sintomas, no entanto, podem ser acometidas por:
• Febre;
• Dor de cabeça;
• Tosse;
• Coriza;
• Vômito;
• Dor abdominal;
• Diarreia.
Célia ressalta, ainda, que cerca de 1% das infecções por pólio evoluem para um quadro de meningite; e 1 a 1,6% dos infectados também podem ser afetados pela pólio paralítica, marcada pela “instalação súbita da deficiência motora, acompanhada de febre”, segundo ela.
Giovanna Sapienza, médica infectologista do Centro de Prevenção Meniá e do Hospital Santa Isabel, em São Paulo, explica que o vírus pode causar inflamação nos nervos e na medula, impedindo o movimento dos membros inferiores. Contudo, o diafragma também pode ser afetado, causando insuficiência respiratória e até morte.
Prevenção da poliomielite
Por não existir tratamento, a vacina segue sendo a maior aliada contra a poliomielite. Conforme o portal do Governo do Brasil, “o Programa Nacional de Imunização (PNI), recomenda a vacinação de crianças a partir de 2 meses até menores de 5 anos de idade, como doses do esquema básico”.
Vale ressaltar que adultos não vacinados não estão imunes. Inclusive, são sujeitos à forma mais grave da doença, segundo o “Estadão”. Contudo, podem se imunizar nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), do Ministério da Saúde.