NOVA YORK, 5 NOV (ANSA) – Com 36 dias de paralisação, os serviços públicos do governo federal dos Estados Unidos enfrentam nesta quarta-feira (5) o shutdown mais longo da história do país, superando o recorde de 35 dias registrado durante o primeiro mandato de Donald Trump, entre 2018 e 2019.
Apesar das negociações nos bastidores, republicanos e democratas ainda não chegaram a um acordo, e Trump ainda não interveio para tentar romper o impasse, que começou em 1º de outubro, quando o Congresso não conseguiu aprovar uma nova lei orçamentária para o exercício fiscal 2025/2026.
O magnata, por sua vez, atribuiu a derrota dos republicanos nas eleições municipais e estaduais realizadas na última terça-feira (4) ao shutdown e à sua ausência nas urnas. “A paralisação teve impacto nos resultados de ontem”, afirmou durante uma reunião na Casa Branca com senadores republicanos. “Precisamos conversar sobre o que aconteceu”.
Trump também voltou a criticar os democratas pela “paralisação mais longa da história”: “Eles são kamikazes, estão arruinando o país”.
Com republicanos e democratas trocando acusações sobre a estagnação política, o bloqueio orçamentário pode se prolongar por tempo indefinido, já causando um impacto econômico estimado em pelo menos US$ 7 bilhões.
No Senado, os republicanos, liderados por Trump, têm uma maioria de 53 a 47, mas precisam do apoio de pelo menos sete democratas para alcançar os 60 votos necessários à aprovação da proposta.
Do lado democrata, a resistência continua, com forte pressão pela prorrogação dos subsídios de saúde.
À medida que o impasse se arrasta, os efeitos da paralisação começam a se espalhar: a ajuda alimentar para os mais vulneráveis foi suspensa pela primeira vez, e servidores federais ? incluindo agentes de aeroportos, policiais e militares ? estão sem receber salários. Além disso, a divulgação de relatórios econômicos foi interrompida, deixando a economia americana em incerteza. (ANSA).