Um total de 22 caminhões-tanque carregados com gás liquefeito de petróleo foram retidos pela alfândega argentina quando tentavam cruzar a fronteira com o Paraguai, denunciou o governo em Assunção nesta quinta-feira (21), em um episódio similar à retenção de barcas com combustível da semana passada.

A retenção ocorreu no último sábado no cruzamento entre a localidade argentina de Puerto Pilcomayo com a vizinha Itá Enramada, sem que até agora as autoridades argentinas tenham se pronunciado sobre o tema. Logo depois, o sindicato dos caminhoneiros informou que quatro veículos já tinham recebido autorização para seguir caminho, mas advertiu sobre os riscos de manter esse tipo de carga sob o calor da região.

“Lamentamos a atitude do governo argentino”, expressou em um entrevista de rádio o vice-presidente Pedro Alliana. “Poder ser um acerto de contas para que nós possamos ceder em relação às negociações de (hidrelétrica) Yacyretá”.

O vice estava se referindo a uma decisão paraguaia desta semana de cortar o fornecimento de eletricidade da usina binacional construída sobre o rio Paraná.

O governo alegou uma dívida de 150 milhões de dólares (quase R$ 740 milhões), que Buenos Aires viu como represália à cobrança de um pedágio (US$ 1,47 por tonelada) na hidrovia Paraguai-Paraná com destino ao rio da Prata, e que levou à retenção por uma semana de um comboio de barcas, incluindo uma com 30 milhões de litros de combustível.

Alliana assegura que as negociações se mantêm e que um acordo sobre Yacyretá está em construção.

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