CREMONA, 6 JUN (ANSA) – Uma parada do orgulho LGBTQIA+ em Cremona, no norte da Itália, causou polêmica após um participante exibir um manequim de topless em alusão à Virgem Maria.


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O episódio ocorreu no último sábado (4) e provocou críticas da Igreja Católica e de partidos de direita e ultradireita italianos.

“São gestos que não fazem bem a ninguém e que ferem as muitas pessoas que estão se empenhando com respeito recíproco em nome de uma sociedade sem discriminações”, disse o bispo de Cremona, Antonio Napolioni, no domingo passado (5).

Já o senador de extrema direita Matteo Salvini reclamou no Instagram que a manifestação foi uma ofensa “à fé, à cultura e à sensibilidade de milhões de italianos”. “Isso não tem nada a ver com a demanda por direitos LGBTQetc…”, acrescentou, ironizando as diversas identidades representadas na parada.

“Foi apenas uma exibição de ignorância e arrogância”, afirmou Salvini. Além disso, dezenas de fiéis se reuniram no centro de Cremona no domingo para orar em reparação pelo “ato profanador” visto na marcha do dia anterior.

Criticado pelo fato de a administração municipal ter patrocinado a parada, o prefeito Gianluca Galimberti, de centro-esquerda, disse que desfilar com uma “Virgem blasfema é inqualificável e desrespeitoso não apenas a quem acredita, mas também a quem participou da marcha manifestando as próprias ideias com respeito”.

A Itália legalizou a união civil entre pessoas do mesmo sexo em 2016, mas ainda é um dos poucos países da União Europeia que não permitem a adoção ou tratamentos de fertilização assistida para casais homoafetivos.

O tema chegou a ser discutido pelo Parlamento durante a tramitação do projeto de união civil, mas acabou barrado graças à resistência de partidos conservadores e até de alas da centro-esquerda ligadas à Igreja Católica.

Além disso, o Vaticano fez pressão contra um projeto de lei que criminalizaria a homofobia e a transfobia na Itália, engavetado pelo Parlamento em outubro passado. (ANSA).