Por Esther Verkaik

AMSTERDÃ (Reuters) – Centenas de milhares de pessoas se reuniram em Amsterdã nesse sábado para o retorno da Parada do Orgulho Gay da cidade após dois anos de cancelamentos devido a restrições relacionadas à pandemia de Covid-19.

“Eu senti falta, e acho que todo mundo sentiu”, disse Chas, de 42 anos, enquanto observava as embarcações arco-íris cheias de pessoas celebrando, dançando com penas, purpurina e couro, enquanto passavam por baixo de uma ponte.

A 25ª edição do desfile encerra uma semana de eventos relacionados na cidade, enquanto as comunidades de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT) celebram sua identidade e se manifestam pelos seus direitos.

“Originalmente, isso era orgulho gay, mas hoje você vê centenas de milhares de pessoas, independentemente de serem gays ou heterossexuais ou qualquer outra coisa, e isso é tão fantástico”, disse Jonas van der Kaaij Olsen, de 53 anos, envolto em uma bandeira de arco-íris.

Neste ano o tema foi “Meu gênero, meu orgulho”, buscando focar a atenção na identidade de gênero, já que os organizadores disseram que a emancipação transgênero está atrasada em relação a outros grupos.

De acordo com o festival, o foco do evento está mudando gradualmente, de celebrar o direito das pessoas de amar quem elas quiserem para o direito de serem quem elas são.

Em uma pesquisa da emissora EenVandaag, 73% dos entrevistados que se identificaram como LBGT apoiaram a realização da parada, enquanto quase metade acha que o evento deveria ser menos comercial e mais focado em questões de direitos.

Um porta-voz das autoridades de saúde de Amsterdã disse que não está sendo emitido nenhum aviso especial aos participantes do desfile sobre a varíola dos macacos, um vírus que causa bolhas dolorosas e está se espalhando de forma predominante entre homens que se relacionam com outros homens.

No entanto, informações sobre a doença – que é transmitida principalmente pelo contato físico com a pele de um infectado – estão sendo fornecidas em vários locais da cidade.

Menos de mil casos foram registrados na Holanda, onde a vacinação entre grupos vulneráveis começou no mês passado.

(Reportagem de Esther Verkaik)