A Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba) autorizou em votação na Suíça, na terça-feira, a abertura de Jogos Olímpicos para pugilistas profissionais. A Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), por sua vez, considera que a adaptação dos atletas não será fácil. Segundo Otílio Toledo, diretor técnico da entidade, a modalidade tem características distintas entre profissionais e amadores.

“O grande lance é o regulamento dos combates. O basquete, quando teve a liberação para profissionais da NBA, tinha um regulamento quase igual. Já o boxe é totalmente diferente em sua regulamentação”, diz.

No boxe olímpico masculino, as lutas são de três rounds e geralmente decididas pela pontuação. Antes, o competidor até usava capacete de proteção. Já no profissional, os combates são mais longos e em três rounds o atleta está apenas aquecendo, pois possui uma resistência grande para as lutas. Por isso, eles costumam dosar o ritmo nas lutas, o que não ocorre no amador.

No momento, o Brasil tem nove atletas classificados para os Jogos: Adriana Araújo (até 60kg) e Andréia Bandeira (75kg), no feminino, e Patrick Lourenço (49kg), Julião Neto (52kg), Robenilson de Jesus (56kg), Robson Conceição (60kg), Joedison Teixeira (64kg), Michel Borges (81kg) e Juan Nogueira (91kg), no masculino.

“As vagas que nos faltam no masculino são nas categorias de 69kg, 75kg e acima de 91kg. Não sei se temos profissionais que possam nos ajudar nisso”, explica Otílio. Yamaguchi Falcão tem lutado na categoria até 72kg no boxe profissional, mas, agenciado pela Golden Boy Promotions, não aceitaria a transição neste momento da carreira. Seu irmão Esquiva Falcão já desistiu da ideia de disputar a Olimpíada, depois que seus agentes indicaram serem contra a autorização a profissionais nos Jogos.