Estão desembarcando nas livrarias cinco obras (no total serão dezessete), de autoria de Antonio Candido de Mello e Souza (1918-2017), imprescindíveis para o entendimento da formação cultural do Brasil. Antonio Candido foi professor da Universidade de São Paulo, sociólogo, ensaísta, escritor e fundador da crítica literária no País, conforme a conhecemos hoje. Com o monumental livro Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos (1750-1880), ele integra com destaque o grupo de intelectuais que nos deu uma identidade nacional: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr., Raymundo Faoro, Celso Furtado e Carlos Guilherme Mota. Todos os livros serão lançados pela editora Todavia — até então vinham à luz pelo selo Ouro Sobre Azul, de Ana Luisa Escorel, filha do escritor e autora do excelente romance Anel de Vidro.

SOCIOLOGIA Gilberto Freyre: coragem da reflexão social em Casa Grande & Senzala (Crédito:Divulgação)

Tão importante como Formação da Literatura Brasileira (1959), sai também nesse primeiro lote Iniciação à Literatura Brasileira (1987). Era para ser publicado inicialmente na Itália, mas, sorte nossa, acabou sendo editado no Brasil. Pode-se afirmar que Iniciação é uma indispensável e compactada explicação das oitocentas páginas de Formação. O ponto fulcral do trabalho de Antonio Candido foi o de equacionar a “sistematização” de uma literatura brasileira e o sentido de identidade nacional. Lembremos de suas palavras referindo-se aos tempos que antecederam o Arcadismo e o Romantismo (os “momentos decisivos”, assim por ele denominados): “a nossa literatura é galho secundário da portuguesa, por sua vez arbusto de segunda ordem no jardim das Musas (…)”. Na primeira ordem, nesse jardim, plantava-se e colhia-se a literatura francesa. Assim era no Brasil, quando existiam somente “manifestações literárias” e não uma literatura brasileira propriamente dita – ela viria, finalmente, com aquilo que Antonio Candido definiu como um “sistema literário”, cuja consolidação se deu no Realismo brasileiro com Machado de Assis.

AMEAÇA
Coreia do Norte se arma com “tsunami nuclear”

EXPLOSÃO A mais arrasadora das ogivas norte-coreanas: triste e louco espetáculo no oceano a 150 metros de profundidade (Crédito:Divulgação)

Na semana passada, o governo da Coreia do Norte exibiu ao mundo as suas novas ogivas e anunciou que intensificará a produção de material nuclear. Mais: em um gesto típico de seu temperamento belicista – e também para sinalizar que suas intenções são reais –, o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, deu sequencia aos testes com o submarino de ataque nuclear denominado Haeil – tem potencial de causar um “tsunami radioativo em ampla escala”, segundo a agência estatal norte-coreana KCNA. A ogiva foi denotada, da mesma forma que ocorrera há 15 dias, ao longo da costa leste, em uma profundidade do oceano de 150 metros e enfraquecida o suficiente, é óbvio, para anunciar do que é capaz, sem que na exibição houvesse o risco de afetar o seu próprio país.

PREPOTÊNCIA O ditador Kim Jong-un apresenta a nova bomba: retomada de perigosos testes (Crédito:KCNA VIA KNS / AFP) / South Korea OUT)

RÚSSIA
Vladimir Putin manda prender jornalista norte-americano por espionagem

Autoridades políticas têm receio de jornalistas. E, quando se trata de autoridade obscurantista como é o caso do presidente da Rússia, Vladimir Putin, o receio é ainda maior. É essa a compreensão a respeito da prisão do jornalista norte-americano Evan Gershkovich, 31 anos, do The Wall Street Journal, ocorrida na semana passada, na cidade russa Yekaterinburg. Ele foi detido sob a acusação de espionagem e permanecerá preso em Moscou até o fim das investigações. Gershkovich pode ser condenado a 20 anos de reclusão. O experto correspondente atua na Rússia desde 2017 e o tema de sua investigação atual era o complexo militar-industrial.

INVESTIGAÇÃO O repórter Evan Gershkovich: condenação pode ser de até 20 anos de prisão (Crédito:Divulgação)