Dirigentes e parlamentares petistas reunidos em Brasília para o 6.º Encontro Nacional do PT vincularam a Operação Cifra Oculta, que investiga suposto crime eleitoral na campanha do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, à realização do evento partidário com o objetivo de atingir a legenda.

Segundo as lideranças petistas, nos últimos dois anos, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal sempre deflagram alguma operação contra integrantes do partido nos dias em que o PT realiza algum evento importante.

“O Haddad é uma referência para o PT, tem o 6.º Congresso e precisam bater no PT. Amanhã possivelmente vão soltar outra operação”, disse o deputado estadual José Américo Dias (PT-SP), que foi secretário municipal de Relações Governamentais na administração Haddad.

Desde a véspera do encontro, dirigentes petistas falavam da possibilidade de uma ação da PF no dia de abertura do 6.º Congresso. Uma liderança chegou a falar sobre a possibilidade, durante encontro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com integrantes da correntes internas do PT, na quarta-feira, 31, de que isso ocorresse na sede do partido em Brasília.

“Isso nós tínhamos certeza que ia acontecer. Em todos eventos importantes do PT teve uma operação. Amanhã pode ter outra. Isso é manjado, estamos calejados”, disse o ex-prefeito de São Bernardo e presidente eleito do PT estadual de São Paulo, Luiz Marinho.

Petistas lembram que a PF fez uma busca na casa do tesoureiro João Vaccari Neto no aniversário de 35 anos do PT, em fevereiro de 2015, entre exemplos de operações que coincidiram com datas importantes do partido.

“O Ministério Público deve acompanhar o calendário do PT. O objetivo parece ser demonstrar desapreço pelo PT”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).