A ajuda humanitária em Gaza fornecida por uma fundação apoiada pelos Estados Unidos e Israel está dando resultados, mas pode melhorar, afirmou o governo de Donald Trump nesta terça-feira (3), após a Cruz Vermelha relatar 27 mortes perto de um centro de distribuição.
“Estão conseguindo distribuir as refeições. E, enquanto isso, obviamente estaremos avaliando como isso está funcionando e como podemos melhorar ainda mais”, disse aos jornalistas a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce.
Segundo a Defesa Civil de Gaza, 27 pessoas foram mortas na terça-feira por disparos israelenses perto de um centro gerido pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) no sul do território palestino. A Cruz Vermelha confirmou o número de vítimas, sem mencionar o Exército israelense em seu comunicado.
A GHF afirma ter distribuído milhões de porções de alimentos aos habitantes de Gaza desde o início de suas operações há pouco mais de uma semana.
Mas a distribuição tem sido marcada por cenas caóticas e relatos de vítimas de disparos israelenses perto dos centros de distribuição. A GHF negou essas alegações.
A ONU e muitas ONGs se recusam a trabalhar com essa fundação devido a preocupações sobre seus métodos e sua neutralidade, bem como receios de que tenha sido criada para atender aos objetivos militares de Israel.
Nesta terça-feira, a porta-voz da diplomacia americana atribuiu a presença de tropas israelenses à falta de rendição do movimento islamista Hamas, que governa Gaza e contra o qual Israel está em conflito desde o seu ataque em 7 de outubro de 2023.
Bruce lamentou que o governo Trump foi “perseguido” por críticas relacionadas à fome em Gaza e garantiu que a GHF está distribuindo alimentos.
“Sete milhões de porções de comida foram distribuídas. Nunca posso enfatizar isso o suficiente”, destacou.
“Enquanto isso, esperemos que as coisas melhorem”, apontou a porta-voz, acrescentando que a situação seria diferente “se o Hamas agisse como seres humanos”.
Por sua vez, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o governo está investigando “a veracidade” das informações sobre as mortes perto do centro de distribuição de ajuda.
“Ao contrário de alguns meios de comunicação, não consideramos a palavra do Hamas como uma verdade absoluta”, advertiu.
A GHF nomeou nesta terça-feira como seu novo presidente Johnnie Moore, um cristão evangélico conservador que tem aconselhado Trump em questões de liberdade religiosa.
Sua nomeação “evidencia a determinação da GHF em combinar excelência operacional com liderança experiente e orientada para o serviço”, disse o chefe interino do grupo, John Acree, em comunicado.
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