O diretor de Planejamento e Inteligência Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, afirmou nesta quarta-feira que a balança comercial de janeiro continuou reproduzindo padrão do segundo semestre de 2023, com volume grande de exportação, que cresceu 22,1%, em recorde na série histórica iniciada em 1989.

Brandão frisou que o aumento das exportações foi acompanhado da ampliação do valor exportado em 18,5%, apesar de uma queda de 3,1% no preço.

Ele pontuou que houve aumento nos volumes exportados em todos os setores. No caso da agropecuária, o avanço foi de 42,3%, e mesmo com a entressafra houve um grande embarque de soja – aumento de quase 200% em relação a janeiro do ano passado no que diz respeito ao valor.

Para indústria extrativa, ele destacou o comportamento do petróleo, ressalvando que este produto comumente tem uma variação muito grande de volume exportado no decorrer do ano. O minério de ferro também apresentou aumento nas exportações, com destaque de avanço de 30,8% no preço.

Já nas importações, bens de capital, intermediários de consumo tiveram aumento de volume de importações, enquanto os combustíveis registraram queda em janeiro de 2024. “O comportamento mensal foi muito semelhante ao de 2023. Para esse ano, esperamos que o efeito preço ainda domine a relação”, disse.

Ele destacou ainda que as perspectivas são de aumento de importação e exportação, mas com as compras em maior volume em 2024, o que afetará o saldo, apesar do recorde do primeiro mês do ano.

Argentina

Brandão afirmou também que o governo ainda não observou queda das exportações brasileiras para a Argentina por questões específicas do país vizinho, como a crise climática e a instabilidade social. Ele pontuou que a crise argentina provocou aumento na exportação de soja e uma demanda por energia elétrica.

“Observamos que muda um pouco o comportamento, com a crise econômica. O Brasil tende a exportar menos automóveis e mais autopeças. Isso ocorreu em 2023 e pode acontecer de novo em 2024. Esperamos que isso mude ao longo dos meses, tem uma demanda menor, mas, como é um parceiro tradicional, ainda veremos exportações significativas para Argentina”, afirmou.

Questionado sobre os embarques do agronegócio de maneira geral, Brandão pontuou que ainda é preciso observar as condições da oferta da safra para o ano, mas adiantou que é esperada uma queda nas exportações de milho. Sobre a soja, a expectativa é de crescimento menor ou queda em relação a 2023.