Nesta sexta-feira (08), durante evento em Brasília, o ex-presidente Lula (PT) justificou não ter comparecido às manifestações que pediam o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dizendo que ainda não se sente seguro com a pandemia da Covid-19 e por não querer transformar os protestos em atos políticos.

Durante sua fala, Lula afirmou que é “insanidade” dizer que o fato de ele não ter comparecido aos protestos significa que o PT não apoia o impeachment, já que o partido sempre se posicionou contra Bolsonaro. “Dizer que o PT é contra o impeachment é de uma insanidade… A pessoa que fala que o PT é contra o impeachment poderia perguntar porque o Lira não coloca em votação. Não é a Gleisi [Hoffmann, presidente do PT] que pode colocar em votação, ela está magrinha de tanto gritar impeachment, fora Bolsonaro”, disse.

“O PT não precisa, sinceramente [destas críticas]… É o único partido político que não tem que dizer que é o fora Bolsonaro e quer impeachment. O presidente da Câmara tem mais de 130 pedidos e pode colocar pelo menos um [para andar no Congresso]”, acrescentou.

Lula revelou que não queria e não vai “contribuir para transformar atos em atos políticos”. “A hora que eu subir no caminhão estará subindo o primeiro colocado em todas as pesquisas de opinião pública que pode ganhar no 1º turno”, comentou.

“Uma coisa é subir no caminhão um candidato que tem 2% dos votos, Outra coisa é subir no caminhão um candidato que tem 47%, 45%, 51%, 53% [das intenções de voto]…. Depende do viés da pesquisa. Tenho essa responsabilidade, porque quando eu subir no caminhão não é para descer mais”, continuou.

No discurso, o petista também mencionou as restrições sanitárias. “Eles que falam ‘presidente você não deve ir, enquanto não houver segurança científica. Você já tem 75 anos de vida, idade de risco, não deve ir, não vai fazer falta porque estará representado por Gleisi”, relatou.

No encerramento do seu pronunciamento, o ex-presidente disse que está avaliando a sua participação nos atos programados para o dia 15/11. “Estou com muita vontade de ir, mas estou com cuidado e não sei se vou no dia 15, vai depender do momento e circunstância. Só estou dizendo que quando for, eu não saio mais do palanque”, finalizou.