O relaxamento de restrições sanitárias em combate à pandemia de covid-19 e a reedição do pagamento do auxílio emergencial ajudaram o desempenho da indústria em maio, afirmou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A questão da pandemia permanece, mas há claramente um relaxamento maior das questões sanitárias e restrições de mobilidade em relação a março e abril. Em abril, tem o pagamento do auxílio emergencial. Embora em magnitude muito abaixo do que foi pago no ano passado, é algo que incorpora um pouco de renda na economia. A grande questão é se isso vai permanecer daqui para frente ou não”, disse Macedo.

A produção cresceu 1,4% em relação a abril, após uma perda acumulada de 4,7% em três meses seguidos de quedas. “A cara positiva desse comportamento de maio é ter interrompido essa trajetória de quedas, mas de forma alguma interrompe a tendência descendente. A alta em maio é incapaz de reverter perdas recentes do setor industrial. A trajetória descendente permanece”, ponderou André Macedo.

O recrudescimento da pandemia de covid-19 no País e seus efeitos sobre a produção e a demanda doméstica ainda prejudicam o desempenho da indústria no ano, defende Macedo. Ele sustenta ainda que a melhora no comportamento industrial observada em maio se deu em relação a uma base de comparação depreciada, o que inspira cautela.

O baixo dinamismo da indústria em 2021 é explicado em parte pela taxa de desocupação ainda bastante elevada, uma massa de salários que não avança, a renda mais baixa e a inflação mais alta, enumerou Macedo. “Isso tudo explica muito esse comportamento de 2021”, resumiu o gerente do IBGE.

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