Brasileiros do Ano – Política – Tabata Amaral

A paulista Tabata Amaral, apesar da pouca experiência política que tem, movimenta-se com desenvoltura pelos corredores da Câmara dos Deputados, em Brasília. Ela acabou de completar 26 anos de idade em novembro, ou seja, elegeu-se com 25 por meio de uma campanha feita praticamente por voluntários — integrando o Partido Democrático Trabalhista (PDT), obteve 264.450 votos. No começo de 2019, assim que chegou a Brasília, dirigiu-se ao apartamento funcional para o qual fora sorteada. Ao chegar ao imóvel, estava ele sendo irregularmente ocupado pelo filho de um político. Tabata Amaral, já aí, mostrou quem é Tabata Amaral na política: foi às redes sociais e denunciou o fato. No final de março, integrando a Comissão de Educação da Câmara, ela demoliu o então ministro da Educação Vélez Rodríguez. Diante de suas falas desprovidas de sentido, a parlamentar foi cortante: “Onde estão os projetos do senhor? Quais são as suas metas?”. E fez-se o silêncio.

Nenhum fato, no entanto, marcou tanto a coerência de seus atos. Na votação da Reforma da Previdência, o PDT fechou questão no voto contrário ao pacote do governo. Tabata se posicionou de acordo com as suas convicções — discordou do anacronismo do partido e votou a favor da reforma. Mais: fez duras críticas ao vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, mostrando que, de sua parte, existe sim a possibilidade de um Brasil que desenvolva uma nova política com olhos na contemporaneidade do mundo.

Humana e democrática

“Ser de esquerda não significa ser contra um projeto que pode tornar o Brasil mais inclusivo e desenvolvido”, declarou ela. A sua independência lhe custou um processo interno no PDT, que acabou extinto temporariamente pela própria legenda. Outra grande prova de que Tabata Amaral — que cursou Astrofísica e Ciências Sociais em Harvard — oxigena a Câmara foi dada em sua entrevista à ISTOÉ. Com a grandeza de quem se sabe humana e democrática, a parlamentar reafirmou a sua certeza de que a política, feita com integridade, é essencial ao Brasil: “Política se faz juntamente com pessoas. Aprendi a dialogar com todos os partidos. Os preconceitos, esses eu deixo em casa”.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias