O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez a primeira reunião ministerial de 2025 na manhã desta segunda-feira, 20. Durante o discurso, o mandatário disse que as portarias das respectivas pastas não poderão ser mais publicadas antes de serem aprovadas pelo governo federal.
Na abertura do encontro, o presidente mencionou que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) iria falar sobre os números da economia e outros comandantes da demais pastas, como Rui Costa (Casa Civil), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) também se dirigiriam ao primeiro escalão do governo. Depois, o mandatário enquadrou os ministros sobre atos normativos.
“O que eu quero de vocês daqui para frente é dedicação, mais do que vocês já tiveram”, afirmou Lula. “Daqui para frente nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão para nós sem antes passá-la pela Presidência da República por meio da Casa Civil. Muitas vezes pensamos que não é nada, mas alguém faz uma portaria ou um negócio qualquer que depois arrebenta e vem cair na Presidência da República. É importante vocês lembrarem que: quando a gente não trabalha, a gente não colhe”, completou.
Lula mencionou o seu desejo manter próximo as outras legendas que integram o governo. “Porém estamos próximos do processo eleitoral e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não, e essa também é a tarefa de vocês em 2025”.
O mandatário ainda destacou que, para seus adversários, “2026 já começou”, portanto, para o governo, antecipar isso é trabalhar. Lula também reconheceu em sua fala que o Executivo ainda não entregou o que prometeu na campanha eleitoral de 2022.
Ele afirmou que o governo federal precisa compreender que a população trabalhadora não tem mais os mesmos desejos de 1980, ano em que o PT foi fundado.
“É importante que a gente compreenda que o povo com que estamos trabalhando hoje não é o povo dos anos 1980, que queria ter emprego em fábrica com carteira assinada. É um povo que está virando empreendedor e precisamos aprender a trabalhar com essa nova formação do povo brasileiro”, disse.
Lula também destacou que não se queixou pelo fato de a população cobrar o Executivo, mas “reclamarei se não tivermos capacidade de entregar tudo aquilo que nos comprometemos”.
Antes de passar a palavra aos ministros, Lula agradeceu pelo trabalho feito até agora, porém destacou que ainda há muito a ser feito, como a cúpula do Brics — marcada para julho deste ano — e a COP 30 — que será em novembro.
“Nós temos apenas um objetivo: lutar, construir e acolher. O povo brasileiro está esperando muito de nós. Se a gente trabalhou reconstrução e união, agora teremos trabalhar reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador”, explicou.