Ainda que abaixo da expectativa do governo, o resultado do leilão do pré-sal realizado na sexta-feira. 27, foi recebido positivamente por especialistas do setor de óleo e gás. “Mostra que estamos no caminho certo de retomada”, analisa o professor da PUC-RJ, Alfredo Renault. Das oito áreas ofertadas, duas não foram vendidas, o que representou uma arrecadação R$ 1,6 bilhão inferior à esperada.

Há, porém, consenso entre os analistas de que o regime de partilha está em crise e diminui o potencial de rendimento dos contratos, além de inibir o apetite dos investidores. “Do ponto de vista financeiro, o regime de concessão dá mais previsibilidade e competitividade”, aponta Anderson Dutra, sócio da área de óleo e gás da KPMG.

Segundo o professor da PUC-RJ, um dos problemas da partilha é transferir para o futuro uma renda que a União poderia desfrutar agora. “Como a partilha exige que o item de decisão do leilão seja o porcentual de óleo/lucro, ela inibe o potencial de bônus de assinatura”, explica Renault.

O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, lembra que o sistema atual faz com que o governo participe do risco e, caso a área estivesse em regime de concessão o cofre da União poderia ter engordado R$ 40 bilhões, no lugar dos R$ 6 bilhões. “O dinheiro que hoje foi dado em óleo só se vai conseguir daqui a dez anos, quando nós não sabemos qual será o preço do petróleo.”

Apesar de considerar essencial a discussão de mudança do regime de partilha para o de concessão, Pires acredita, no entanto, que é preciso cuidado para não comprometer os leilões previstos para 2018.

“A longo prazo a concessão é o melhor modelo. Mas não se deve esperar isso já para o ano que vem ou é possível que tal expectativa atrase os investimentos das empresas,” pondera Pires. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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