Janaína Paschoal (PP-SP), professora de direito da USP (Universidade de São Paulo) e vereadora eleita da capital paulista, afirmou neste domingo, 1º, que a situação de Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal no âmbito das investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, “não é nada fácil”.

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“Para se defender da acusação de golpe, ele precisará assumir que todas as sandices que disse ao longo do mandato eram bravatas e que nunca pretendeu se valer da interpretação ampliada do artigo 142; vai precisar confessar que fugiu para os EUA, quando a ideia ficou maior que a personagem. O problema é que, ao assim proceder, escapará da condenação da Justiça, mas será desmascarado diante de seus adoradores”, escreveu a ex-deputada estadual, outrora integrante do bolsonarismo, em publicação no X (antigo Twitter).

Ainda assim, Paschoal não vislumbrou condenações para todos os 37 indicados pela PF e afirmou que o relatório final das investigações sobre a trama golpista “não chega a ser uma ficção, mas foi além do que pode ser considerado relevante penal”.

De acordo com os policiais, o ex-presidente “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do estado democrático de direito”.

Agora, as provas colhidas pela PF estão com a PGR (Procuradoria-Geral da República), que decidirá em 2025 por apresentar ou não denúncias ao STF (Supremo Tribunal Federal). Se elas forem apresentadas e acolhidas pela corte, os indiciados se tornam réus e alvos de um processo criminal, ao fim do qual há uma sentença por sua inocência ou responsabilização penal.

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