Os ataques aéreos no Iêmen tiveram uma redução drástica nas últimas duas semanas, disse nesta sexta-feira (22) o enviado da ONU Martin Griffiths, ressaltando que essa tendência pode ser o prelúdio de um cessar-fogo geral no país.
Griffiths disse que os ataques caíram 80% durante esse período, o que ele diz ser um sinal “de que algo está mudando no Iêmen”.
“Nas últimas semanas, houve períodos inteiros de 48 horas sem ataques aéreos pela primeira vez desde o início do conflito”, disse por uma conexão de vídeo com a sede da ONU.
“Chamamos isso de desescalada, uma redução no ritmo da guerra e talvez um movimento em direção a um cessar-fogo completo no Iêmen”, afirmou.
Em Riade, o governo iemenita e os grupos separatistas concordaram em acabar com o conflito na parte sul do país. Na quarta-feira, o rei saudita Salman disse que o acordo pode levar a negociações de paz mais amplas que visam acabar com o conflito.
A Arábia Saudita interveio em 2015 no Iêmen como líder de uma coalizão militar que enfrentou os rebeldes xiitas houthis, apoiados pelo Irã, que assumiu o controle da capital Sanaa.
Desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram no conflito, principalmente civis, segundo dados de organizações humanitárias.
Segundo a ONU, que define periodicamente o caso deste país na península Arábica como a pior crise humanitária do mundo, aproximadamente 3,3 milhões de pessoas permanecem deslocadas e mais de 24 milhões, cerca de dois terços da população total, precisam de assistência.