Em um dia de Câmara esvaziada por causa das festas juninas no Norte e no Nordeste, poucos deputados se manifestaram publicamente sobre a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, integrante dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente afastada, Dilma Rousseff. Para os parlamentares, a ação realizada nesta quinta-feira, 23, mostra que as investigações seguem fortalecidas.

Por meio de nota, o deputado e presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP), disse que as investigações da Operação Lava Jato “continuam firmes” no combate à corrupção. “Essa nova operação para desbaratar mais este esquema de corrupção nos governos do PT demonstra que os trabalhos da Lava Jato contam com total apoio do presidente interino da República”, afirmou Freire.

O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), preferiu não entrar no mérito das acusações e limitou-se a dizer que a ação de hoje demonstra que o Ministério Público e a Justiça Federal estão “cada dia mais fortalecidos”. “Para todos os envolvidos tem de ser garantido o direito a ampla defesa”, acrescentou.

Paulo Bernardo é acusado de ter recebido pelo menos R$ 7 milhões em propina do esquema de desvios investigado pela Operação Custo Brasil, deflagrada nesta manhã. Segundo as apurações, de 2010 a 2015 o esquema teria gerado R$ 100 milhões em propinas, referentes a um contrato da empresa Consist Software por serviços indiretos para o Ministério do Planejamento. O ex-ministro foi preso hoje de manhã em Brasília.