A Europa está passando pelo “momento mais perigoso” para sua segurança desde o fim da Guerra Fria, embora uma “solução diplomática” com a Rússia na Ucrânia ainda seja “possível”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, nesta segunda-feira (7) em Washington.

Questionado sobre os alertas dos Estados Unidos sobre uma possível invasão russa da Ucrânia, Borrell disse que “compartilhava grande preocupação” com essa ameaça.

“Sem dúvida, estamos vivendo, na minha opinião, o momento mais perigoso para a segurança na Europa após o fim da Guerra Fria”, disse.

“Ninguém concentra 140.000 soldados fortemente armados na fronteira de um país” sem que isso “represente uma forte ameaça”, enfatizou, e calculou que há mais tropas russas nos portões da Ucrânia do que os 110.000 mencionados nos últimos dias por funcionários americanos.

“Cento e quarenta mil soldados posicionados na fronteira, eles não estão lá para tomar chá!”, exclamou Borrell.

Junto a ele, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, negou que haja “alarmismo” nas advertências de Washington.

“Não é alarmismo, são apenas os fatos”, disse em uma coletiva de imprensa conjunta.

Os Estados Unidos e as potências europeias acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de planejar uma possível invasão da Ucrânia e ameaçam com sanções econômicas maciças se ele o fizer.

“Não acreditamos que Putin tenha tomado uma decisão, mas ele colocou os meios, caso decida fazê-lo, para agir muito rapidamente contra a Ucrânia de uma forma que teria consequências terríveis para a Ucrânia, a Rússia e todos nós”, insistiu o chefe da diplomacia americana.

Ambos asseguraram, porém, que a via diplomática ainda não se esgotou.

“Acreditamos que uma solução diplomática para esta crise ainda é possível”, resumiu Borrell. “Esperamos o melhor, mas nos preparamos para o pior.”