13/05/2016 - 11:14
A possibilidade de que as mulheres possam se tornar diaconisas, considerada na quinta-feira pelo papa Francisco, será alvo de intenso debate em uma Igreja católica dividida sobre o assunto, advertiu nesta sexta-feira o cardeal Walter Kasper.
“Acredito que haverá agora um debate feroz. Sobre este assunto, a Igreja está dividida em dois”, disse o teólogo alemão, próximo do papa, em uma entrevista ao jornal La Repubblica.
O Papa argentino disse ser favorável à criação de uma comissão sobre a ordenação de diaconisas, o que seria uma revolução para a Igreja católica, onde apenas os homens podem administrar os sacramentos.
Os diáconos católicos podem professar o sermão na missa, celebrar batismos, casamentos e funerais, mas não podem celebrar a missa sozinhos: precisam de um sacerdote para celebrar a Eucaristia e para confessar os fiéis.
Para Kasper, considerado um dos líderes “liberais” na Igreja, ainda é muito difícil saber se a comissão que o Papa terá sucesso, uma vez que o tema sobre a ordenação de mulheres diaconisas divide.
“Se olharmos para o passado, parece que a resposta é não. Mas tudo é possível”, disse ele, acrescentando que Francisco surpreendeu mais uma vez ao mencionar a possibilidade da ordenação para a mulheres.
Segundo o cardeal alemão, os opositores do diaconato para as mulheres vão destacar o fato de que este primeiro passo conduzirá inevitavelmente à ordenação de mulheres, o que Francisco se recusa a considerar.
“O diaconato é um primeiro degrau da ordem religiosa (…). É evidente que acordá-lo às mulheres pode ser visto como um risco para aqueles que não querem mulheres padres”, considerou Kasper.
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