Secretário municipal de Cultura entre 2005 e 2012 e idealizador da Fundação Teatro Municipal, Carlos Augusto Calil diz lamentar “profundamente” a notícia do desejo da Prefeitura de extinguir a entidade. “O modelo nunca foi de fato implementado”, diz ele. “A complexidade do teatro nunca foi entendida. A secretaria é frágil, pode acabar a qualquer instante, ser unida a outra secretaria. Por isso, as instituições precisam ter autonomia.”

Para Calil, o teatro não pode depender dos humores da secretaria, e seria essa a função da fundação. “Ela não existe para administrar um contrato e sim para garantir a independência da instituição. Além disso, a especificidade de um espaço com o Municipal é muito grande para poder ser administrada no nível de generalidade da secretaria”, afirma.

“O Teatro Municipal tem uma configuração complexa, como nenhum outro teatro de ópera. Ele tem escolas, orquestras, corais. Não se trata apenas da produção de espetáculos: o que acontece no palco é resultado de um diálogo com uma busca pela formação de artistas e de público. Queríamos obrigar quem estiver à frente do teatro a enfrentar essa questão, de pensá-lo à luz de nossa época. Ignorar isso é voltar-se para dentro de si mesmo”, completa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias