O Ministério do Interior do Paquistão ordenou o bloqueio da rede social X (antigo Twitter) no país, onde o acesso à plataforma enfrenta dificuldades há cinco semanas, segundo documentos judiciais consultados pela AFP nesta quinta-feira (21).

As restrições de acesso ao X começaram em 17 de fevereiro, quando um funcionário de alto escalão afirmou publicamente ter ajudado a fraudar as eleições legislativas e provinciais de 8 de fevereiro, marcadas por fortes suspeitas de corrupção.

O novo governo do primeiro-ministro Shehbaz Sharif se mostra evasivo sobre os motivos das interrupções no uso da rede, mas defensores dos direitos digitais afirmam que estas medidas visam silenciar as críticas.

Documentos apresentados a um tribunal na província de Sind (sul) por advogados da Autoridade de Telecomunicações do Paquistão (PTA, na sigla em inglês), em resposta a um recurso apresentado por ativistas, atribuem aos serviços de inteligência a decisão de bloquear a rede X.

“Com base nos relatórios das agências de inteligência, o Ministério do Interior (…) solicitou que X fosse bloqueado imediatamente e até novo aviso. Como consequência, a plataforma de rede social X (Twitter) está bloqueada”, diz o texto.

O advogado dos ativistas, Abdul Moiz Jaferii, afirmou que as autoridades “fingiram não saber nada sobre este caso”, mas que esta resposta escrita “admite que há um problema e que são responsáveis”.

A PTA declarou à AFP que não faria comentários sobre o caso.

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