Paquistão e Irã “concordaram com uma desescalada”, após os bombardeios dos dois países lançados esta semana contra bases insurgentes instaladas em ambos os territórios, anunciou o Ministério paquistanês das Relações Exteriores.

“Os dois ministros das Relações Exteriores concordaram em que a cooperação e a coordenação contra o terrorismo e outros aspectos de interesse comum devem ser reforçadas”, declarou a Chancelaria paquistanesa, ao relatar uma conversa por telefone entre os chefes da diplomacia de ambos os países.

O Irã anunciou na terça-feira que bombardeou o que chamou de alvos “terroristas” no Paquistão, que por sua vez atacou, na quinta-feira, bases de separatistas paquistaneses da etnia baluchi dentro do Irã.

O ataque iraniano deixou duas crianças mortas, segundo Islamabad, enquanto pelo menos outras nove pessoas, incluindo quatro crianças e três mulheres, morreram em bombardeios paquistaneses, segundo a imprensa oficial iraniana.

O Paquistão retirou seu embaixador do Irã e proibiu o retorno do enviado iraniano (que estava no Irã) a Islamabad.

As Nações Unidas e os Estados Unidos pediram moderação e a China se ofereceu para mediar.

O chanceler iraniano, Amir Abdollahian, destacou em um comunicado, após a conversa com o seu homólogo paquistanês, Jalil Abas Jilani, que “a cooperação entre os dois países para neutralizar e destruir os acampamentos terroristas no Paquistão é essencial”.

As ações militares incomuns na porosa região fronteiriça do Baluchistão, dividida entre as duas nações, alimentaram tensões regionais, já exacerbadas pela guerra entre Israel e o Hamas.

Essa província, a menos populosa e a mais pobre do Paquistão, embora rica em hidrocarbonetos e minerais, tem sido palco de uma rebelião separatista durante décadas.