Paquistão afirma que mais de 100 mil afegãos deixaram o país em abril por campanha de expulsões

Mais de 100.000 afegãos fugiram do Paquistão nas últimas três semanas, depois que o governo lançou uma campanha de expulsões em massa, informou o Ministério do Interior nesta terça-feira(22).

O governo anunciou em março o cancelamento das autorizações de residência de mais de 800.000 afegãos.

Também alertou milhares de outros afegãos que estavam no Paquistão esperando para receber vistos para serem realocados em outros países para que deixassem o território antes do final de abril.

O Ministério do Interior do Paquistão disse à AFP que “100.529 afegãos deixaram o país em abril”.

O governo os chamou de “terroristas e criminosos” ao anunciar a campanha, em meio à crescente violência na fronteira.

Para analistas, a política visa pressionar os talibãs, que governam o país vizinho, a quem o Paquistão acusa de alimentar os crescentes ataques do outro lado da fronteira.

Milhões de afegãos fugiram para o Paquistão nas últimas décadas, devido às guerras sucessivas. Centenas de milhares fugiram desde que os talibãs voltaram ao poder em 2021.

Desde o início de abril, fim do prazo para deixar o Paquistão, grupos de afegãos viajam em direção à fronteira para entrar em um país isolado desde o retorno dos talibãs e em grave crise humanitária.

O primeiro-ministro afegão, Hassan Akhund, condenou as “medidas unilaterais” tomadas pelo país vizinho.

Muitos saem voluntariamente para evitar a deportação, mas a agência da ONU para refugiados, Acnur, disse que mais afegãos foram detidos no Paquistão em abril (12.948) do que em todo o ano de 2024.

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