ROMA, 24 SET (ANSA) – A jovem paquistanesa Saman Abbas, desaparecida desde abril de 2021 e cujo pai confessou o assassinato, teria sido estrangulada com uma corda e jogada no rio Pó, que atravessa o norte da Itália.   

A informação consta em um trecho dos autos do processo que está em andamento em Reggio Emilia e que foi revelado neste sábado (24).   

O documento cita o depoimento de um dos suspeitos do crime, o primo da jovem Ikram Ijaz, que foi detido na França em 31 de maio de 2021, realizado em duas datas: 20 e 29 de outubro do mesmo ano.   

No último relato, Ijaz diz que o assassinato foi organizado pelo pai da paquistanesa, Shabbar Abbas, que confessou o crime em um telefonema a um parente que ainda mora no país europeu.   

Na noite de 30 de abril, Shabbar supostamente pediu a sua esposa, Nazia Shaheen, para dar um passeio com Saman perto de sua casa em Novellara. Ele as teria seguido e, junto com sua mulher, se reuniu com o tio Danish, o próprio Ijaz e outro primo Nomanhulaq Nomanhulaq.   

Na sequência, o tio da jovem a teria estrangulado com uma corda, e outro homem, cuja identidade não foi revelada, teria ajudado a colocar o corpo em um saco, carregado de bicicleta e atirado no rio Pó. As autoridades italianas, porém, acreditam apenas em partes do relato.   

A paquistanesa morou entre outubro e abril em um abrigo de proteção social após ter denunciado os pais por tentarem forçar um casamento arranjado. No entanto, na noite do crime, a mãe enviou um SMS pedindo perdão e dizendo para ela voltar para casa. Ainda conforme os autos, os familiares teriam ficado indignados e planejado o assassinato após verem uma foto da jovem dando um beijo no seu namorado, que não era aprovado pela família. Até hoje, o corpo de Saman nunca foi encontrado pelas autoridades italianas. O irmão menor de idade, que também afirmou aos policiais que foram os familiares que mataram a jovem, vive hoje em um abrigo. Já Shabbar e Nazia têm contra si uma ordem de prisão internacional, mas o governo do Paquistão nunca se manifestou em apoiar a deportação do casal. (ANSA)