O papa Francisco voltou a pedir que respeitem o estatuto de Jerusalém, cidade sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos, e reiterou seu chamado ao diálogo entre israelenses e palestinos para uma solução baseada na existência de dois Estados.
O pedido do Papa foi feito por meio de uma carta enviada a Ahmed al-Tayeb, grande imã de Al-Azhar, por ocasião da conferência internacional de apoio a Jerusalém que ocorre no Egito, indicou o Vaticano em comunicado.
Em várias ocasiões, o Papa argentino pediu que respeitassem o estatuto da cidade, conforme as resoluções pertinentes das Nações Unidas, e criticou a decisão do presidente americano, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Na carta ao grande imã, Francisco recorda “o caráter específico de Jerusalém” e assegura que “apenas um estatuto especial, garantido pela comunidade internacional, pode preservar sua identidade, sua vocação única como lugar de paz (…) e seu valor universal, permitindo um futuro de reconciliação e esperança para toda a região”.
Francisco reconhece que é necessária “a retomada do diálogo entre israelenses e palestinos” para alcançar uma solução negociada, escreveu.
Desde a criação de Israel, em 1948, a comunidade internacional nunca reconheceu essa cidade como sua capital.
Depois da anexação de Jerusalém Oriental, Israel proclamou a cidade inteira como sua capital “eterna e indivisível”.
A ONU nunca reconheceu a anexação. Os palestinos, por sua vez, querem que Jerusalém Oriental seja a capital do Estado ao qual aspiram.