VATICANO, 11 MAI (ANSA) – O papa Francisco se reuniu nesta quarta-feira (11), no Vaticano, com as esposas de dois combatentes do Batalhão de Azov, milícia paramilitar de extrema direita que lidera a resistência ucraniana na siderúrgica Azovstal, em Mariupol.   

A indústria é o último bastião da Ucrânia na cidade, que, na prática, já é controlada pelas tropas russas e da autoproclamada república separatista de Donetsk.   

Kateryna Prokopenko, esposa do comandante Denys Prokopenko, e Yulya Fedosiuk, mulher de Arseniy Fedosiuk, haviam enviado uma carta ao pontífice e receberam um convite para se encontrar com o líder católico após a audiência geral desta quarta.   

Outras duas mulheres também deveriam ter participado do encontro, mas não conseguiram chegar a tempo em Roma. “Foi um momento histórico. Esperamos que isso possa ajudar a salvar nossos maridos e os soldados que estão na Azovstal”, declarou Kateryna.   

Segundo ela, Francisco prometeu que “fará o possível” para garantir a evacuação dos combatentes entrincheirados na siderúrgica. “Pedimos para ele visitar a Ucrânia e falar com Putin para que vá embora. Sobre isso, ele não respondeu, mas disse que rezará por nós”, acrescentou.   

O próprio Papa já revelou ter pedido um encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas o Kremlin nunca respondeu.   

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Kateryna e Yulya também contaram que os soldados remanescentes na Azovstal “não têm comida, água, remédios nem tratamentos médicos”.   

“É uma situação terrível. Até a água dos encanamentos da siderúrgica está acabando. Não podemos ficar só olhando essas notícias terríveis. A cada dia, morrem um ou dois soldados feridos”, reforçaram.   

O Batalhão de Azov foi formado em 2014, na esteira dos conflitos separatistas em Donetsk e Lugansk, e hoje é exaltado na Ucrânia pela resistência contra a invasão russa em Mariupol. No entanto, a milícia também é alvo de críticas por abrigar elementos neonazistas e é acusada pela Rússia de crimes de guerra no Donbass. (ANSA).   


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