Papa reza no Porto de Beirute e critica ‘idolatria do dinheiro’

BEIRUTE, 2 DEZ (ANSA) – O papa Leão XIV rezou no Porto de Beirute, devastado por uma explosão que matou mais de 200 pessoas em agosto de 2020, e celebrou uma missa para mais de 150 mil fiéis nesta terça-feira (2), último dia de sua viagem ao Líbano.   

A tragédia na área portuária da capital libanesa foi uma das detonações não-nucleares mais mortais da história, desencadeada por um incêndio em um galpão que armazenava quase 3 mil toneladas do fertilizante nitrato de amônio, substância de alto teor explosivo.   

A carga havia sido armazenada no porto durante anos, apesar de reiterados alertas de funcionários sobre os riscos, e, até hoje, ninguém foi punido pelo incidente.   

Leão XIV fez uma oração em silêncio no Porto de Beirute e depositou uma coroa de flores em homenagem às vítimas. Em seguida, cumprimentou parentes de pessoas mortas na explosão, que exibiram fotos de seus entes queridos ao pontífice americano.   

O Papa também celebrou uma missa na orla da cidade e afirmou que a beleza do país é frequentemente “obscurecida pela pobreza e pelos sofrimentos”. “Acabo de rezar no local da explosão, no porto. A história de vocês é obscurecida por tantos problemas que os aflige, por um contexto político frágil e muitas vezes instável, pela dramática crise econômica que os oprime, pela violência e por conflitos que despertaram antigos medos”, disse Robert Prevost para a multidão presente na homilia.   

“Mas não se desencorajem, não cedam à lógica da violência e à idolatria do dinheiro, não se resignem diante do mal que se espalha. Cada um deve fazer a sua parte, e todos devemos unir esforços para que essa terra possa recuperar seu esplendor”, acrescentou.   

Esse foi o último compromisso do Papa no Líbano, marcando o encerramento da primeira viagem internacional do pontífice americano, que também incluiu a Turquia e teve como foco a defesa da paz, sobretudo no Oriente Médio, e do diálogo inter-religioso. (ANSA).