Papa reconhece martírio de padre italiano assassinado no Brasil

VATICANO, 14 ABR (ANSA) – O papa Francisco autorizou o Vaticano a promulgar um decreto que reconhece o martírio do padre italiano Nazareno Lanciotti, assassinado no Brasil em fevereiro de 2001.   

A medida foi anunciada pela Sala de Imprensa da Santa Sé nesta segunda-feira (14) e abre caminho para a beatificação do sacerdote, hoje considerado um “servo de Deus”, título concedido pela Igreja Católica àqueles cujo processo de canonização foi iniciado oficialmente.   

Nascido em 3 de março de 1940, em Roma, Nazareno foi ordenado padre em 1966 e se mudou em 1972 para o Mato Grosso, atuando na Diocese de São Luiz de Cáceres.   

Na cidade de Jauru, no oeste do estado, fundou o asilo “Coração Imaculado de Maria” e se tornou uma voz reconhecida contra latifundiários e traficantes de drogas. Em uma ocasião, chegou a se ajoelhar em meio a um confronto por posse de terras na região para impedir que pessoas morressem.   

Em 11 de fevereiro de 2001, enquanto jantava com amigos após uma missa, foi baleado com um tiro na nuca por dois homens encapuzados que invadiram a casa paroquial em Jauru, durante um suposto assalto.   

Nazareno chegou a ser levado de avião para São Paulo e, durante o traslado, teria revelado a um amigo que um dos criminosos lhe dissera: “Viemos aqui para te matar porque você está atrapalhando nosso trabalho”. O italiano acabaria morrendo no Hospital Sírio-Libanês em 22 de fevereiro daquele ano.   

Para o Dicastério para as Causas dos Santos, Nazareno foi morto “por ódio à fé”, o que configura um martírio. Dessa forma, não será exigido um milagre para tornar o italiano beato.   

(ANSA).