O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (22), que a “mentalidade machista” seja “superada” dentro da Igreja, solicitando que mais cargos de responsabilidade sejam atribuĆdos Ć s freiras e que elas deixem de ser tratadas como “empregadas”.
“Frequentemente se denuncia que nĆ£o hĆ” freiras suficientes em cargos de responsabilidade, nas dioceses, na CĆŗria [considerada o governo do Vaticano] e nas universidades, e isso Ć© verdade”, reconheceu o papa ao receber representantes da fundaĆ§Ć£o americana Conrad Hilton, que luta contra a pobreza.
No domingo, Francisco anunciou que uma mulher, Raffaella Petrini, irĆ” dirigir a partir de marƧo o Governo do Estado da Cidade do Vaticano, o Ć³rgĆ£o responsĆ”vel pelas funƧƵes administrativas da Santa SĆ©.
“Investiu-se pouco nisso, muito menos do que na formaĆ§Ć£o do clero, Ć© verdade”, afirmou o lĆder dos cerca de 1,4 bilhĆ£o de catĆ³licos no mundo, lembrando que “desde o dia do Jardim do Ćden, quem manda sĆ£o elas”.
Ainda neste mĆŖs de janeiro, Francisco nomeou pela primeira vez na histĆ³ria da Igreja uma freira, Simona Brambilla, para dirigir um dos “ministĆ©rios” do Vaticano.
Trata-se do DicastĆ©rio para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida ApostĆ³lica, responsĆ”vel pelas ordens e congregaƧƵes religiosas.
Desde a eleiĆ§Ć£o de Francisco em 2013, a proporĆ§Ć£o de mulheres que ocupam cargos na Santa SĆ© e na administraĆ§Ć£o do Estado vaticano aumentou de 19,2% para 23,4%.
O papa tambĆ©m lembrou nesta quarta-feira que “a missĆ£o das irmĆ£s Ć© servir aos mais desfavorecidos e nĆ£o ser empregadas de ninguĆ©m”.
A Igreja tem sido criticada pelo papel das freiras empregadas no Vaticano e em outros lugares do mundo, jƔ que frequentemente cozinham e realizam serviƧos de limpeza para sacerdotes, bispos e cardeais.
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