CIDADE DO VATICANO, 02 JUL (ANSA) – Dois dias depois de o papa Francisco ter feito um apelo em defesa da vida no Twitter, o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, afirmou neste domingo (2) que o líder católico acompanha “com afeto e comoção” o caso do bebê britânico Charlie Gard.
O menino de apenas 10 meses sofre de miopatia mitocondrial, doença rara e incurável que provoca perda progressiva da força muscular, e terá os aparelhos que o mantêm vivo desligados por decisão da Corte Europeia dos Direitos Humanos, contra a vontade dos pais.
“O Santo Padre acompanha com afeto e comoção o caso do pequeno Charlie Gard e expressa sua proximidade aos pais. Ele reza por eles, desejando que não se negligencie seu desejo de acompanhar e tratar o próprio bebê até o fim”, declarou Burke.
Na sexta-feira passada (30), Francisco já havia escrito no Twitter, sem citar Charlie, que “defender a vida humana quando ela está ferida pela doença é um compromisso de amor que Deus confia a cada homem”.
Os genitores de Charlie, Connie Yates e Chris Gard, pretendiam submetê-lo a um tratamento experimental nos Estados Unidos e conseguiram até arrecadar 1,4 milhão de libras esterlinas em doações. No entanto a Justiça do Reino Unido ordenou que os aparelhos do menino fossem desligados, atendendo a um pedido de seus médicos, que alegam que não há cura para a doença e que a criança tem o direito de morrer com dignidade.
O casal ainda tentou recorrer à Corte Europeia dos Direitos Humanos, mas sem sucesso. Charlie nasceu saudável, em agosto de 2016, porém logo começou a perder peso e força. Hoje o bebê só sobrevive com a ajuda de aparelhos. (ANSA)